25 dezembro 2006

A Internet e as eleições

No G1: Milhares de brasileiros encontraram na internet uma nova forma de participar das eleições . Durante a campanha eleitoral pela Presidência da República, mais de 1 milhão de pessoas ingressaram em comunidades no Orkut relacionadas a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB).

No YouTube, vídeos sobre os candidatos tiveram centenas de milhares de acessos.
Leia também:Internet serviu para ridicularizar candidatos'Campanha negativa' na web é usada noutros países

Os dados, revelados pela pesquisa "Internet e Esfera Pública", do Centro de Altos Estudos de Propaganda e Marketing da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), mostram que, no Brasil, a influência da rede ainda é incipiente quando se trata de campanhas eleitorais, mas revelam que está mudando o modo como as pessoas participam de uma eleição e definem seus votos.

A pesquisa analisou blogs, sites de comunidades de Lula e Alckmin no Orkut e vídeos relacionados às eleições mais visualizados no YouTube. O estudo é dos pesquisadores Clóvis de Barros Filho, Marcelo Coutinho e Vladimir Safatle.

Como esse foi o primeiro levantamento realizado no país relacionando internet e eleições, ainda não é possível comparar o resultado com anos anteriores.

No entanto, as experiências observadas em países muito à frente do Brasil nesse quesito apontam para o aumento do poder da internet nas próximas campanhas. O pesquisador Marcelo Coutinho faz um alerta a quem tem pretensões políticas para 2008 ou 2010.

“Se você quer mobilizar os eleitores mais fiéis, tem que usar a internet. E comece a usar isso agora porque, à medida que a penetração for crescendo no conjunto da população, isso vai ganhar cada vez mais relevância”, aconselha.

O perfil dos eleitores que navegam na web para "militar" é o de pessoas que buscam mais informações para participar da vida política. Não são, necessariamente, filiados a partidos.
Coutinho esclarece que a tendência de aumento do poder da rede nas eleições dependerá, em primeiro lugar, do aumento do número de eleitores que têm acesso à web. No Brasil, esse percentual é de 25%, mas não é possível saber quantos eleitores dentro dessa parcela utilizaram a internet com essa finalidade. No Reino Unido, Suécia, Alemanha e Finlândia, o índice ultrapassa os 60%. E, nos Estados Unidos, chega a 86%.

O pesquisador destaca outros dois fatores que definirão o impacto da internet nas próximas campanhas. Um deles é a eficiência dos partidos em utilizar os recursos disponíveis na rede para mobilizar os eleitores.

Não se trata apenas de construir ambientes de fácil navegabilidade e visualmente atrativos, mas também de utilizar estratégias para captar votos e até mesmo recursos. “Em 2004, a campanha do John Kerry (democrata que concorreu à presidência dos EUA) arrecadou US$ 80 milhões pela web”, cita. Os Estados Unidos autorizam a arrecadação de doações por meio da internet, o que ainda não é permitido no Brasil.

O grau de interesse nas eleições também faz parte desse processo, mas, em princípio, não é possível ter controle sobre isso.Coutinho avalia que os resultados estáveis observados durante a campanha à presidência, nos quais Lula sempre figurava em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, desmotivaram os eleitores. A partir do segundo turno, quando a reeleição do presidente chegou a ficar ameaçada, a situação mudou um pouco, afirma o pesquisador.

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Um comentário:

Anônimo disse...

A Internet hoje é um imenso canal por onde a democracia pode fluir na área da comunicação. A esquerda devertia maproveitar melhor.
Saudações,
Geraldo Eugênio