30 maio 2007

Nosso artigo de toda quarta-feira no Blog de Jamildo (ex-Blog do JC)

A agenda atual dos partidos

Ontem, em cerimônia no Palácio do Campo das Princesas, o governador Eduardo Campos lançou o Programa Minha Casa e assinou a ordem de serviço relativa à requalificação da Avenida Presidente Kennedy, em Olinda, parte do Pro-Metrópole.

No dia anterior, no mesmo local, o governador instalou o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Estado de Pernambuco (CEDES).

Duas cerimônias que reuniu públicos diferentes, porém com similitudes. Em ambas o tema do desenvolvimento com a melhoria do padrão de vida da população esteve no foco dos discursos. Também nas duas cerimônias se pôde observar um evidente clima de otimismo em relação a um novo ciclo de crescimento econômico que se descortina no horizonte.

Mas, nas conversas miúdas, o tema predominante não foi outro senão o pleito de 2008, a sucessão do prefeito João Paulo em particular. Pelo menos nas palavras das muitas pessoas que nos abordaram nas duas ocasiões – empresários, técnicos, militantes políticos e outros.

É que subjacente ao tema do desenvolvimento inevitalmente surge o dos novos desafios que os futuros governantes do Recife e das cidades da Região Metropolitana terão pela frente.

Estima-se, por exemplo, que uma vez efetivados os grandes projetos estruturantes de nossa economia, a partir dos situados no complexo portuário de Suape, o PIB de Pernambuco pode duplicar a médio prazo. Isso quer dizer, a um só tempo, oportunidades e riscos. E a necessidade de preparar as nossas cidades para as novas demandas que daí advirão.

Assim, as perguntas sobre o pleito de 2008 necessariamente não se relacionam com a definição de candidaturas nem alianças, mas sim com a postura dos partidos diante dos problemas substantivos que começam a entrar na ordem do dia. E, nesse aspecto, nem todos os partidos as consideram. Permanecem atados a concepções e métodos ultrapassados e distanciados dos reais anseios da sociedade. Trabalham uma agenda desfocada da realidade.

Esse distanciamento há que ser superado, sobretudo neste instante da vida nacional em que as instituições (alguns partidos inclusive) estão postas em questão por causa de relações promíscuas com grandes empreiteiras. O que exige todos, dos partidos em especial, uma agenda atualizada.

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