24 agosto 2007

Desafios Urbanos na imprensa (1)

No Diário de Pernambuco, por Aline Moura:
Concorrentes demonstram maturidade política
Luciano Siqueira e João da Costa trocaram gentilezas em evento do PCdoB
. Pré-candidatos na eleição do Recife em 2008, o vice-prefeito Luciano Siqueira (PCdoB) e o secretário de Planejamento Participativo, João da Costa (PT), protagonizaram uma cena de amadurecimento político, ontem, no ciclo de palestras do Fórum Desafios Urbanos, realizado pelo PCdoB, no auditório da Assembléia Legislativa. Em meio a críticas feitas pela militância do partido ao Orçamento Participativo - comandado desde 2001 pelo secretário -, os dois mostraram que podem ser divergentes, mas não adversários.
. De gerações diferentes (conforme o quadro ao lado), deram um passo à construção de um caminho em comum, embora ambos sejam cotados para disputar a PCR em palanques distintos. O início do evento foi marcado pela troca de elogios, a começar pelo vice-prefeito, coordenador do Fórum. "Convidamos João da Costa por ser um dos companheiros que hoje tem o maior domínio sobre os problemas da cidade", frisou Luciano, acrescentando que o petista estava livre para falar, sem ser acusado de estar fazendo campanha. Joãoretribuiu, assegurando estar ali como aluno e não professor.
. O evento esteve longe de ser um palanque para João da Costa, convidado a falar sobre o tema "Democracia e poder local - a participação popular na gestão pública". Mas o petista saiu-se bem diante de uma platéia crítica e formada por intelectuais do PCdoB, sem a presença dos aliados petistas. João da Costa encostou-se na cadeira, observou e admitiu falhas do programa, sem deixar de defendê-lo.
. Houve propostas de mudanças feitas pelos comunistas e exposições de divergências do OP, a exemplo da pouca participação da classe média. A maioria dos militantes do PCdoB enfatizou que o programa esbarra no debate local dos problemas, sem ampliar para uma discussão macro da cidade. Para eles, o OP ainda não conseguiu tirar o individualismo das comunidades e inseri-las num contexto de emancipação política.
. No topo - Com base nos dados apresentados pelo próprio secretário, questionaram a grande demanda por pavimentação e drenagem (28%), quando a maioria dos comunistas entende que a questão do "emprego e renda" deveria estar no topo das prioridades. "É uma discussão local, em que cada grupo e cada rua procura discutir apenas sua rua e seu problema", afirmou Aldísio Costa, integrante da sigla comunista.
. João da Costa contra-argumentou, enfatizando que o OP é um passo para a transformação de consciência política na sociedade, diante de uma crise dos movimentos sociais. Ele frisou que a mudança no método do programa vai permitir a construção de uma visão macro dos delegados em relação à cidade. Começa pela discussão, por exemplo, das dez obras mais votadas por cada microrregião. Todas serão analisadas em conjunto, para se ver qual a mais viável e urgente.
. Segundo João da Costa, a classe média participa pouco por ter outros mecanismos de pressionar o poder público. Para ele, o OP inverteu prioridades e mudou a "Teoria do Lago", na qual a classe média representa uma pedra atirada a um lago provocando ondas. O secretário acredita que as ondas também podem partir, agora, dos bairros com menor IDH do Recife.

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