22 novembro 2007

A palavra de João Paulo


Na Folha de Pernambuco, por Marileide Alves:
. Apesar de o vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira (PCdoB), ter dito que o almoço de ontem em sua homenagem no Caxangá Ágape não se transformaria em ato político, essa teoria não se confirmou inteiramente na prática. Convidado para fazer a saudação ao comunista, o prefeito João Paulo (PT) aproveitou o discurso para externar mais uma vez sua insatisfação com as críticas dos aliados à sua forma de conduzir a sucessão.
. “Muitas vezes tenho sido incompreendido em algumas questões. Tenho a clara compreensão da minha responsabilidade nesse processo. Não sou chegado a aventuras. Quero dizer, Luciano, que em momento nenhum, com a indicação da minha preferência (o secretário de Planejamento Participativo, João da Costa), eu quis inviabilizar qualquer nome dentro do nosso campo”, declarou. O petista disse ter todo o direito de externar sua “posição política”, “um sentimento” que, segundo ele, é bem compreendido pelo vice-prefeito. “Isso não é imposição, não é ser ditador”, frisou.
. Para João Paulo, caso se confirmem as candidaturas do PT e do PCdoB para a Prefeitura do Recife, os dois partidos continuarão defendendo os mesmos projetos políticos. “Tenha a certeza de que, seja qual forem os nossos caminhos, estaremos sempre perto, defendendo os mesmos sonhos de transformar a realidade do Recife”, prospectou.
. Depois do discurso, ao conversar com a Imprensa, João Paulo explicitou suas preocupações com relação à unidade no primeiro turno do pleito. “Se isso não for possível, caminharemos, sem sombra de dúvidas, em palanques diferenciados. Agora, acho que o PT tem que primeiro sinalizar para o entendimento interno. Esse é o ponto crucial para o ano que vem”, comentou, enfatizando que a discussão está “emocionalizada” e que precisa ser politizada.
. Luciano Siqueira considerou as palavras de João Paulo uma “expressão da camaradagem”. Evitando politizar o ato, o comunista fez apenas uma referência ao cenário político. Disse que no pleito de 2008, se ele e o prefeito estiverem em palanques distintos, não haverá “mal-entendido entre ambos. “Vocês vão assistir a um show de solidariedade, de tolerância, de espírito democrático, de companheirismo, de respeito mútuo”, declarou.
Foto: Jedson Nobrem na Folha de Pernambuco

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