10 junho 2008

Bom dia, Gonzalo Rojas*

Ao silêncio

Oh voz, única voz: todo o oco do mar,
todo o oco do mar não bastaria,
todo o oco do céu,
toda a cavidade da formosura
não bastaria para te conter,
e ainda que o homem calara e este mundo se fundira
oh majestade, tu nunca,
tu nunca cessarias de estar em todas as partes,
porque te sobra o tempo e o ser, única voz,
porque estás e não estás, e quase és meu Deus,
e quase és meu pai quando estou mais obscuro.

* Poeta chileno. Tradução de Cristiane Grando.

Nenhum comentário: