29 novembro 2008

Bom dia, Ângelo Monteiro

Da inauguração do poema

Falar não basta a quem nasceu com o fado
de espalhar a beleza e o dom de amar.
A palavra só vale, se gerar
alguma coisa além do formulado.

De harmônica leveza no traçado,
que seja a frase aérea e linear.
Sem que se deixe nunca de lembrar
que a ordenação não peque pelo enfado.

Lúcido, quanto à forma; e quanto à essência,
que determina a forma do poema,
é mister se elabore em chão de ausência.

Colhendo o inesperado e o pressentido:
pois foi sempre no verso lei suprema
de que só no mistério tem sentido.

Nenhum comentário: