15 março 2009

Dependência do Executivo

Jornal do Commercio,
coluna pinga-Fogo (Ana Lúcia Andrade):
É tudo novo de novo
. De um bate-papo com dois parlamentares pernambucanos, semana passada, um que cumpre expediente no Recife e outro em Brasília, trago ao leitor um cenário, que nem mais se figura como novidade. Por isso, pode não mais espantá-lo. Tão anestesiada se encontra sua esperança em mudança. Mas diante do entusiasmo que contagia o ambiente político – saudável até – em defesa da moralidade, é oportuno redesenhá-lo. Para se ver que (esses filmes) a gente já viu antes. E sabe bem como terminam. Ao não ser, que mudemos o script. O cenário é o da inoperância e estagnação das nossas casas legislativas: a Câmara do Recife e a Câmara Federal.
. O primeiro parlamentar foi o vereador Luciano Siqueira. Que inofensivamente disse esperar que chegue à Câmara, esta semana, alguma matéria para ser discutida. Por enquanto, a Casa tem alimentado as tardes com requerimentos, apelos, votos de aplausos...
. O segundo foi o deputado Carlos Eduardo Cadoca. Três mandatos. Um e meio sendo cumpridos, já que do primeiro afastou-se para atuar no Executivo. A razoável experiência parlamentar é insuficiente para conter o incômodo. E Cadoca redunda na cobrança recorrente a todos: a falta de uma agenda própria do Legislativo. O que reforça nele a característica de um poder chancelado pelo Executivo. Que parece se bastar pelo ato de referendar as intervenções do Planalto. “A gente tem a função de legislar e fiscalizar o Executivo. Mas não faz nenhuma coisa, nem outra”, desabafa Cadoca. E completa. “Mas todos estão lá legitimados pelo voto”. É verdade. Cabe a você, portanto, pensar em mudar isso.

Nenhum comentário: