23 abril 2009

Coluna semanal no portal Vermelho

Partido: idéias, gestos, atitudes
Luciano Siqueira

Em tempo de ampla, sofisticada e bem urdida campanha contra a política como esfera pública de expressão do conflito de interesses sociais – movida pela grande mídia com o fito de desmoralizar instituições e lideranças mais influentes e facilitar a imposição de interesses quase sempre inconfessáveis - falar de partidos nem sempre soa bem aos ouvidos de quem ouve (talvez a grande maioria dos que me lêem aqui não tenha filiação partidária). Porque os partidos são postos numa absurda vala comum, como se todos fossem apenas reduto de privilegiados, farsantes ou corruptos.

Esse filme já se viu muitas vezes na História e nunca deu em fortalecimento da democracia.

Claro que a crítica circunstanciada e contundente a práticas incorretas verificadas em partidos e instituições públicas precisa, sim, ocupar espaço na mídia. Porém não de modo tendencioso como assistimos, exacerbando a dimensão dos fatos ou distorcendo-os em favor de uma generalização que não encontra respaldo na realidade.

Separar o joio do trigo é um imperativo da verdade. Avaliar criteriosamente partidos e instituições por suas idéias, gestos e atitudes.

Veja o caso do Partido Comunista do Brasil, que prepara o seu 12º. Congresso, a se realizar de 5 a 8 de novembro, em São Paulo, com uma pauta consistente e ousada.

Examinará a crise atual do capitalismo, suas repercussões sobre o Brasil e a oportunidade de avançarmos na luta por um projeto de afirmação nacional, com desenvolvimento, soberania, integração regional, democratização política e social e defesa do meio ambiente. Atualizará o seu programa de transição ao socialismo, centrado no futuro da nação brasileira e o avanço civilizacional. Lançará uma política de quadros contemporânea e essencial à consolidação da etapa atual de expansão do Partido.

Trata-se de um corpo de idéias que parte do lastro teórico e político alcançado pelo Partido particularmente em suas últimas três décadas de existência, hoje renovado mediante o desenvolvimento da teoria e uma compreensão mais abrangente e aprofundada do mundo em ebulição e da sociedade brasileira.

Tem sido também uma sucessão de gestos e atitudes conseqüentes, lastreados cientificamente e moldados por rica experiência, a presença do PCdoB na cena política nacional. Não há em nossa história recente nenhum episódio relevante que não tenha contado com a participação ativa dos comunistas – o que o confirma como indispensável ao movimento transformador em nosso país. Na contramaré do que pretende a grande mídia reacionária.

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