27 maio 2009

Câmara presta homenagem a Padre Henrique

Blog de Jamildo:
. O Padre Henrique, assassinado há 40 anos por integrantes da ditadura militar, está sendo homenageado nesta quarta-feira (27) em sessão solene no plenário da Câmara de Vereadores do Recife. A solenidade é promovida pela vereadora Marília Arraes. Luciano Siqueira concede ao padre, através dos familiares dele, a medalha do Mérido José Mariano. O ministro de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, também participa da homenagem.
. À tarde, a partir das 14h, uma placa será descerrada em homenagem ao Padre Henrique na Escola Padre Antônio Henrique, Avenida Lins Petit, nº 45, Ilha do Leite. Às 15h haverá a inauguração de um monumento na Praça Padre Henrique, na Rua da Aurora, Boa Vista.
. Padre Antonio Henrique Pereira Neto, conhecido como Padre Henrique, nasceu no Recife, no dia 28 de outubro de 1940, filho de José Henrique Pereira da Silva Neto e Isaíras Pereira da Silva. Sociólogo e professor, desenvolveu atividades junto ao então Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Helder Câmara. Ensinou no Juvenato Dom Vital, na Cúria Metropolitana do Recife, nos colégios Marista, Nóbrega e Vera Cruz, na Escola Técnica do Derby e na Faculdade de Ciências Sociais.
. Ordenou-se em 1965, na Igreja da Torre, e dedicou-se ao trabalho de orientação a jovens, na Arquidiocese de Olinda e Recife. Padre Henrique, além de prestar assistência à juventude, manteve contato com estudantes cassados e era claramente contrário aos métodos de repressão utilizados pela ditadura militar.
. Em várias ocasiões, recebeu ameaças de morte, através de ligações telefônicas procedentes do Comando de Caça aos Comunistas (CCC). Mesmo com as ameaças, Padre Henrique não se deixou intimidar e continuou desenvolvendo suas atividades, vindo por isso a pagar com a própria vida.
. Na noite do dia 26 de maio de 1969, então com 28 anos de idade, Padre Henrique foi seqüestrado depois de participar de uma reunião com um grupo de jovens católicos, no bairro de Parnamirim. No dia seguinte, foi encontrado morto com marcas de tortura em um matagal na Cidade Universitária.
. O assassinato do Padre Henrique causou uma comoção geral. Milhares de pessoas, exibindo faixas e cartazes, acompanharam o enterro que se transformou em manifestação pública contra a ditadura militar e seus órgãos de repressão diretamente responsabilizados pelo crime. As investigações nunca chegaram a uma conclusão definitiva. O processo volumoso foi arquivado e reaberto inúmeras vezes, sem que nada ficasse esclarecido até a prescrição do crime.
. No Departamento de Ordem Pública e Social (DOPS) de Pernambuco não há nenhum registro sobre o padre, antes da morte dele. Os arquivos começam com o laudo técnico do Instituto de Polícia Técnica do Estado sobre o seu assassinato.

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