14 setembro 2009

Fátima Amorim escreve sobre saudade

Novo comentário acerca do meu artigo “A saudade que o dicionário não registra” (ver em uma das postagens anteriores):

“Há tempos não lia nada sobre saudade. De repente, me vejo diante do seu inspirado texto e me chega de imediato a sensação de estar esquecida de tantas coisas das quais precisaria ter saudades que me bateu até certo remorso.

Estando nessa faixa etária onde as reminiscências parecem passar a ter mais importância, esta sensação me pôs a refletir no porquê de, às vezes mesmo com muitas boas coisas para ter saudades, as guardamos num cantinho tão recôndito da memória que parece nem existiram. Seria essa tendência atual de sermos obrigados a ser tão e tão felizes no presente que sentir algo assim nos torna saudosista - saudosismo sendo definido pelo Aulete digital como “gosto excessivo e, por vezes, melancólico por coisas do passado; persistência em ideais, princípios e costumes ultrapassados”?

Quando chega em saudade, entretanto, parece que o dicionário deseja redimir-se e explica a saudade como “sentimento evocatório, provocado pela lembrança de algo bom vivido ou pela ausência de pessoas queridas ou de coisas estimadas”. Sendo assim, vou preferir Aulete a Houaiss. E quem sabe até encontre minha antiga coleção encadernada do Caldas Aulete. Lá, talvez tenha algum registro que se aproxime do dizer do poeta: “Quem tem saudade não está sozinho, tem o carinho da recordação”.” (Fátima Amorim).

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