30 setembro 2009

A opinião pessoal de Sérgio Augusto da Silveira

A LIÇÃO DO MESTRE PARA OS ALIADOS CARNAVALESCOS
Sérgio Augusto Silveira*
sergioaugusto_s@yahoo.com.br

Estamos vendo muitas declarações e muitos planos e animação entre os maiores adversários das esquerdas que dominam, hoje, os poderes do Estado e da Capital pernambucana. É Sérgio Guerra se dizendo na perspectiva de vir a disputar o Governo pela esfarrapada União Por Pernambuco. Em seguida, aparecem os de menor força e lideranças, levantando hipóteses com vistas a sobreviverem durante após o vendaval das urnas de 2010.

Em meio a toda essa peroração, orações e cânticos na aproximação das convenções e abertura da temporada de caça aos votos, assistimos a imagem quase muda e enigmática para os menos conhecedores – do santo histórico desse altar outrora sólido e grandioso: o senador Jarbas Vasconcelos. Conhecedor, há muito tempo, da difícil escalada que é superar a imensa popularidade do atual ocupante do poder, o ex-governador peemedebista, sabiamente, não entra nesse carnaval.

Percebe-se que Jarbas Vasconcelos está – sem imitar o seu colega de Senado, Marco Maciel – desconversando, calando ou chamando a atenção para outras questões enquanto janeiro não chega. Ao contrário do tucano de bico falante, Sérgio Guerra. Este parece até um candidato de véspera a governador.

Com Jarbas é diferente. Ele sabe muito bem que a força dos seus adversários históricos no Estado e na Capital é imensa, aumentada ainda mais com a acumulada experiência de poder nos últimos 10 anos. Hoje, a batalha para desalojar os socialistas e petistas das cadeiras executivas é uma tarefa muito mais difícil do que naquela ocasião, quando se elegeu governador e submeteu os arraesistas e a esquerda toda ao vexame de uma rotunda derrota.

Isso nas barbas da figura mítica do grande líder e seu aliado no passado, Miguel Arraes. Barbas que penteava, junto com os comunistas, e à qual tentou arrancar, fio a fio, nos anos de 1990 e seguintes. Agora, o melhor comportamento é a cautela, o cuidado. Ele está, em termos eleitorais, mais mudo do que falante, o que também não discrepa do seu jeitão político de longa data. Nada de se arvorar a vitorioso de véspera, pois estão erguidos no horizonte o mais poderoso bloco adversário, com índices de popularidade nada desprezíveis. Aí, Jarbas Vasconcelos mostra sabedoria e dá uma lição dos seus aliados carnavalescos e mais falantes do que papagaio. Os tucanos devem compreender e seguir o mestre, ue é melhor fazedor de cozidos do que passista de carnaval.
* Jornalista

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