12 dezembro 2009

Movimento de Cultura Popular, 50 anos

No site da PCR:
PCR INICIA HOMENAGENS AOS 50 ANOS DO MCP
. A Prefeitura do Recife inicia, neste sábado (12), das 9h às 17h, no Sítio Trindade, em Casa Amarela, as festividades comemorativas aos 50 anos do Movimento de Cultura Popular (MCP). As homenagens vão acontecer durante o II Festival de Cultura do Programa Escola Aberta do Recife e terá como tema “50 anos do MCP – Das Praças de Cultura às Escolas Abertas do Recife”. Até maio de 2010, mês de criação do movimento, serão realizados eventos semelhantes, todos organizados por uma comissão especial, instituída oficialmente pelo prefeito João da Costa no último dia 04 de novembro.
. O evento deste sábado, contará com apresentações culturais, feirinha de artesanato, contação de história, roda de capoeira, apresentações de pesquisas escolares sobre as “Praças de Cultura” e realização de diversas oficinas gratuitas (reciclagem, grafite, teatro e informática). Também está previsto o lançamento do livro “Programa Manuel Bandeira de Formação de Leitores: uma política de leitura na Rede Municipal de Ensino do Recife”, editado pela Secretaria de Educação, Esporte e Lazer. O festival é uma realização da Prefeitura do Recife e Governo Federal, através do Programa Escola Aberta, que é coordenado nacionalmente pelo Ministério da Educação, em parceria com a Unesco. Todas as atividades envolverão cerca de 2.500 pessoas de 88 escolas, entre estudantes, oficineiros e moradores das comunidades que participam do programa.
. O ponto alto da programação ficará por conta das apresentações culturais de 46 escolas, que vão incluir números de frevo, maracatu, dança afro, forró, hip hop e danças populares, além de apresentações de teatro, pastoril e bandas marciais. A Escola Renato Accioly, de Nova Descoberta, que tem apresentação marcada para as 10h, é um dos exemplos de como o festival está sendo encarado com seriedade pelos alunos, oficineiros e moradores que frequentam o Escola Aberta.
. A homenagem ao cinquentenário do MCP vai transformar 20 meninos e meninas em autênticos caboclos de lança do maracatu rural. Eles entrarão no palco ao som da música “Disparada”, de Geraldo Vandré, executada por um solo de piston, acompanhado de atabaque e gonguê. “Nós vamos homenagear três ícones do MCP: Miguel Arraes, Paulo Freire e Abelardo da Hora. Para isso, eles terão suas fotos impressas em três estandartes do maracatu rural produzidos nas oficinas do Escola Aberta”, revela a dirigente da Renato Accioly, Luiza Albuquerque.
. Durante a apresentação da escola, as evoluções típicas do maracatu de baque-solto serão intercaladas pela leitura de loas escritas pelos estudantes, exaltando a contribuição de cada um dos três homenageados ao rico acervo histórico e cultural do MCP. No Recife, o Escola Aberta funciona em 106 unidades de ensino do 1º ao 4º ciclo (1ª a 8ª série) e Educação de Jovens e Adultos - EJA. O objetivo é aproveitar os finais de semana para facilitar o acesso das comunidades a atividades lúdicas de cultura e arte, esporte e lazer, acompanhamento pedagógico, saúde, entre outras.
Histórico - O MCP foi criado no Recife em maio de 1960, quando o prefeito da cidade era Miguel Arraes de Alencar. O objetivo básico do movimento era divulgar as manifestações de arte popular regional, além de promover a alfabetização de crianças e adultos. Esse trabalho de alfabetização tinha à frente o educador Paulo Freire, um dos sócio-fundadores do movimento. Entidade privada e sem fins lucrativos, o MCP se mantinha através de convênios com a Prefeitura do Recife e o Governo do Estado. O movimento contou com apoio da intelectualidade pernambucana e de facções políticas de esquerda tais como a União Nacional dos Estudantes (UNE), Partido Comunista Brasileiro (PCB) e outras.
. O MCP ganhou dimensão nacional e serviu de modelo para movimentos semelhantes criados em outros Estados brasileiros. Entre 1962/63, forças de direita tentaram sufocar o movimento e houve uma mobilização nacional em sua defesa: até mesmo o então Ministro da Educação, Darci Ribeiro, veio ao Recife apoiar pessoalmente o MCP e o considerou “um exemplo a ser levado a todo o País”. Com o golpe militar de 1964, o MCP foi extinto, mas sua contribuição cultural e política permanece até hoje, a exemplo dos ideais de seus fundadores.

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