29 agosto 2010

Boa noite, Pablo Neruda


Querer
Não te quero senão porque te quero
E de querer-te a não querer-te chego
E de esperar-te quando não te espero
Passa meu coração do frio ao fogo.
Te quero só porque a ti te quero,
Te odeio sem fim, e odiando-te rogo,
E a medida de meu amor viageiro
É não ver-te e amar-te como um cego.
Talvez consumirá a luz de janeiro
Seu raio cruel, meu coração inteiro,
Roubando-me a chave do sossego.
Nesta história só eu morro
E morrerei de amor porque te quero,
Porque te quero, amor, a sangue e a fogo.

2 comentários:

Jelsimar P. Pimentel (Mazinho) disse...

Pablo Neruda sempre muito bom

João Paulo Naves Fernandes disse...

Luciano, mais um poema de Pablo Neruda de su livro das Perguntas:

As lágrimas que não se choram aguardam em pequenos lagos?
Ou serão rios subterrâneos que correm até a tristeza?