31 julho 2010

Bom dia, Chacal

cárcere privado

vivo em cárcere privado
por livre e espontânea vontade
ao meu amor muito obrigado
por me livrar da liberdade

Onde começa o caminho do chão

Ciência Hoje Online:
É possível contar a história das cidades litorâneas brasileiras a partir da sua relação com o mar. Na reunião da SBPC, urbanista da USP mostrou como nossos portos e seu entorno foram sucessivamente valorizados, abandonados e estão prestes a serem revitalizados.
. "Na terra em que o mar não bate, não bate o meu coração. O mar onde o céu flutua, onde morre o sol e a lua, e acaba o caminho do chão", diz um trecho da canção "Beira-mar", de Caetano Veloso e Gilberto Gil.
. Podemos entender assim: se o mar é onde acaba o caminho do chão, o caminho do chão – naturalmente – começa no mar. É exatamente esse o ponto de Maria Cristina Leme, arquiteta e urbanista da Universidade de São Paulo (USP) e representante da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa Planejamento Urbano e Regional (Anpur).
. Veja a matéria na íntegra http://migre.me/11fvS

Cena de campanha

O poeta sabe das coisas

A dica de sábado é de Thiago de Mello: "Velho pássaro, este mundo/dorme como um menino/e se renova cada manhã."

Baixaria na ordem do dia

Em Petrolina Jarbas acusa Eduardo de “jogo sujo”. Começou a baixaria, própria do candidato peemedebista.

Minha coluna semanal no portal Vermelho

Sinal fechado, sinal aberto
Luciano Siqueira


Bem que cabe um fundo musical na voz de Paulinho da Viola: “– Olá! Como vai?/– Eu vou indo. E você, tudo bem?/– Tudo bem! Eu vou indo, correndo pegar meu lugar no futuro...”. Em pouco mais de um minuto, às vezes menos, o breve diálogo se dá assim em poucas palavras, na distribuição do jornal de prestação de contas do nosso mandato de vereador no Recife e agora, a campanha em andamento, panfletos da candidatura a deputado estadual.

Das sete às 8 da manhã e das 17 às 18 horas, junto com militantes, amigos e assessores compareço a cruzamentos movimentados da cidade, tal como na campanha eleitoral de 2008. Poucos são os que não abaixam o vidro do carro para receber nossos impressos, aplaudir nosso gesto e comentar algo. Tem de tudo.

“- Desculpe, sou católico, não posso receber.” - Católico?! “- Sim, não é jornal evangélico?” - Não, amigo, é a prestação de contas do meu mandato. “- Ah, sim, agora estou vendo quem o senhor, não é Luciano Siqueira?” - Sim, sou eu, muito prazer... Leia com atenção e faça sua crítica, se desejar. “- Vou ler, sim. Conte comigo, doutor, o senhor é de fé.”

Outra: “- Recebo não, de jeito nenhum!” – Tudo bem, respeito sua atitude... “- Ah, é você, nosso vice-prefeito!” – Isso mesmo, como vai? “- Desculpe, é que a gente recebe tanto papel que, rodando nesse taxi o dia todo, meu carro fica parecendo depósito de lixo...”.

Nesse caso, o taxista encosta o carro, puxa conversa e jura o voto, dele e de toda a família, e ainda pede uma cota de panfletos para distribuir.

Essa forma de campanha – o contato direto com a população na rua, tanto em cruzamentos movimentados como em portas de fábrica, escolas e locais de grande afluência – tem se mostrado, ao longo de sucessivas campanhas, muito eficiente. E prazerosa. Além de estimular o ânimo combativo da militância.

Ainda hoje escuto referências à minha presença nas ruas – tal como também o faz Luciana Santos, inclusive quando prefeita de Olinda – como fator de escolha do voto. “- Você é o único que tem a coragem de olhar a gente nos olhos”, dizem com frequencia.

Reação negativa? Aqui e acolá, sim. Até agressiva. Mas isso faz parte, como se costuma dizer, a gente encara com naturalidade e, não raro, consegue neutralizar ou reverter – desde que o semáforo demore a abrir ou a fila de carros seja grande.

Serra X Dilma, diferenças incontornáveis

No Blog do Emir:
Se tudo fosse igual

Emir Sader

Há uma tese que corre em setores políticos distintos que, pelos equívocos que contém e pelas conseqüências desastrosas que gera, deve ser analisada com precisão. É a tese de que o PT e o PSDB seriam a mesma coisa, assim como os governos do FHC e do Lula.

A tese leva a uma espécie de “terceirismo” entre a direita e a esquerda, buscando definir uma eqüidistância em relação às candidaturas da Dilma e do Serra. Em 2006 essa posição levou a que alguns setores da esquerda propusessem o voto branco ou nulo diante da alternativa de Lula ou Alckmin, como se fosse igual para o Brasil qualquer um deles que fosse eleito.

Se os governos de FHC e Lula fossem iguais, a desigualdade teria diminuído e não aumentado durante o governo de FHC. Se fossem iguais, o extraordinário apoio popular que tem Lula teria sido dado também ao governo FHC que, ao contrário, terminou seu mandato com uma imensa rejeição da população brasileira.

Se fossem iguais, a reação do Brasil diante da mais grave crise econômica internacional desde 1929 teria sido a mesma de FHC em 1999: elevar a taxa de juros a 48%, pedir novo empréstimo ao FMI, assinar a corresponde Carta de Intenções (deles), cortar recursos das políticas sociais, aumentando a recessão e o desemprego, que levou o Brasil à uma profunda e prolongada recessão, de que só saímos no governo Lula.

Enquanto que o Lula reagiu diante da crise incentivando a retomada do crescimento da economia, baixando as taxas de juros, mantendo o poder aquisitivo dos salários, intensificando as políticas sociais, e fazendo assim que superássemos rapidamente a crise.

Se fossem iguais, não teria sentido a luta contra a ALCA – Área de Livre Comércio das Américas -, que FHC propugnava e que o governo Lula inviabilizou, para fortalecer os processos de integração regional. Dizer que são governos iguais ou similares é dizer que tanto faz privilegiar alianças subordinadas com os EUA ou aliar-se prioritariamente com os países do Sul do mundo, com os Brics entre eles.

Se fossem iguais os governos FHC e Lula, o Estado mínimo a que tinha sido reduzido o Estado brasileiro seria o mesmo que o Estado indutor do crescimento e a garantia da extensão dos direitos sociais da maioria pobre da população. O desenvolvimento, suprimido do discurso de FHC, foi resgatado como objetivo estratégico pelo governo Lula, articulado intrinsecamente a políticas sociais e de distribuição de renda.

Se fossem iguais, a maioria dos trabalhadores continuaria a não ter carteira de trabalho assinado, predominando o emprego informal sobre o formal. O poder aquisitivo dos salário teria continuado a cair, ao invés de ser elevado acima da inflação.

É grave que haja setores na esquerda que não consigam distinguir essas diferenças, entre a direita e a esquerda. Perdem a capacidade de identificar onde está a direita – o inimigo fundamental do campo popular -, correndo o grave risco de fazer o jogo dela, em detrimento da força e da unidade da esquerda.

30 julho 2010

Construção civil, um setor que cresce

. A notícia é da Agência Brasil. O setor da construção civil apresentou um sólido crescimento no primeiro semestre desse ano, segundo sondagem divulgada hoje (30) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
. Durante os primeiros seis meses do ano, o indicador relativo ao nível de atividade (uma escala que vai de 0 a 100) manteve-se acima dos 50 pontos, o que indica crescimento.
. No mês de junho, o indicador do nível de atividade ficou em 53,8 pontos, um pouco abaixo do registrado em maio que foi de 55,8 pontos.
. A expectativa para o mês de julho é que o nível de atividade chegue a 65,2 pontos. Apesar de ser um resultado positivo, o índice está um pouco abaixo das expectativas dos meses anteriores.
. O número de contratações do setor também se manteve acelerado, o indicador da evolução do número de empregados ficou em 52,9 pontos.
. A situação financeira das empresas da construção civil se manteve estável no segundo trimestre registrando 55,1 pontos – no trimestre anterior o índice foi de 55,5 pontos.
. O indicador de acesso ao crédito mostrou crescimento no segundo trimestre quando foram registrados 51 pontos, contra os 50,6 do primeiro trimestre do ano.

29 julho 2010

Centro do Recife em debate

. Hoje, às 14 h, Seminário Soluções Viáveis para o Centro do Recife. No Auditório da Câmara de Diretores Lojistas. Francisco Cunha, da TGI, coordena os trabalhos, João Braga fala da mobilidade urbana; Paulo Monteiro de preservação e manutenção e o secretário de Defesa Social, Wilson Damásio aborda a questão da segurança. Participo como convidado, com muita honra, pela minha estreita relação com a CDL.
. E pelo meu compromisso com a luta pela revitalização e requalificação do Centro de nossa cidade. Um desafio estratégico, que reclama ampla mobilização social.

Um banho de afeto e combatividade

. Das 7 às 9,30 h, hoje, vivi a maravilhosa experiência do reencontro com funcionários e usuários da Prefeitura, a lado de Luciana Santos, numerosos militantes e amigos, placas, pirulitos e o Dragão – alegoria que a partir de hoje nos acompanha nas ruas.
. Foi um banho de afeto, solidariedade e estímulo à luta. O carinho de ex-companheiros de trabalho é um tesouro. Transmite uma energia imensa!

28 julho 2010

Uma crônica no site da Revista Algomais

Vingança
Luciano Siqueira

Encontro casual no supermercado. Sujeito alto, corpo ligeiramente encurvado, cabelos brancos ralos, sorriso fácil.

- É o vice-prefeito?

- Sim, pois não?

- Muito prazer, tinha vontade de conhecê-lo pessoalmente. Com João Paulo eu conversei outro dia no restaurante vegetariano.

- O prazer é meu.

- Pois é. Gosto de conversar com vocês políticos. Tem coisas que a gente não entende.

- Como assim?

- O governo de Lula, por exemplo. Achava que todo mundo ia melhorar um pouquinho a vida, sabe como é, a gente vive no sacrifício, e quando um cara que é trabalhador feito a gente chega lá em cima, a esperança é muito grande.

- Tem razão, amigo. Mas é preciso entender que as coisas não são simples. Lula herdou de Fernando Henrique um país quebrado. O Brasil é que nem um veículo ultramoderno, pré-programado de fora para ir na direção dos banqueiros daqui e do estrangeiro. A missão dele é desfazer a engrenagem dessa programação e mudar o rumo do veículo. Isso leva tempo e tem muita gente trabalhando contra, até dentro do governo, acredite.

- Acredito, sim. Nem sei como isso acontece, mas acredito, pois em todo lugar tem os que não querem que a coisa vá pra frente, os espírito-de-porco, sei como é.

- Então. Assim, numa conversa rápida, nesse movimento todo, fica difícil esclarecer...

- Compreendo.

- ...quem sabe a gente pode conversar com calma, o amigo participar de uma reunião.

- Olhe, reunião eu não sei se tenho paciência não. Quando a gente passa dos setenta, não aguenta muito bate-boca, não.

- É um modo de participar.

- Mas quem disse que não participo? É uma participação diferente, mas não deixo de tirar a minha casquinha.

- Como assim?

- E o senhor acha que eu vou pagar essa compra toda? Tenho dinheiro não, oxente. Com o ganho da minha aposentadoria nunca que podia comprar isso que tá aqui no carrinho. Veja aqui, botei até essa garrafa de Logan 12 anos...

- Não estou entendendo.

- É o seguinte. Moro em Nova Descoberta. Sou idoso, não pago passagem, aí tomo o ônibus, desço aqui na Rosa e Silva, entro nesse supermercado de gente fina, “24 horas”, encho o carrinho de compras, boto tudo de melhor, rodo um pouco, puxo conversa com um, com outro, e depois abandono a carrinho. Vendem caro, não? Pois vão ter trabalho comigo!

- Essa é a sua maneira de protestar?

- Claro. Abandono o carrinho e vou embora pra casa. Conto pra minha velha, ela morre de rir com a minha traquinagem. Na semana passada fiz isso na Carrefour.

- Essa é sua maneira de protestar.

- É, sim. Ninguém sabe, nem se incomoda, mas aqui com meus botões eu me vingo. Mas não espalhe, é segredo.

- Segredo guardado, tudo bem. Mas aceite meu cartão, aqui tem os telefones, endereço eletrônico, quando tiver vontade de participar de uma reunião, é só se comunicar com a gente. Fique tranquilo que não é bate-boca, não; é até divertido, feito esse seu jeito de se “vingar”.

- Passe bem, e dê um abraço no prefeito.

- Darei sim. Foi um prazer conhecê-lo.

Na saída, foi possível perceber à distância que o nosso “vingador” iniciava novo diálogo, agora provocando risos num pequeno grupo de adolescentes.
____

Crônica originalmente publicada no portal Vermelho em 31/3/05 e incluída no meu livro “Como o lírio que brotou no telhado”, Editora Anita Garibaldi, São Paulo, 2006.

26 julho 2010

Raios de luz

Na manhã chuvosa, bom perceber que os filetes de luz que transpõem as pesadas nuvens refletem o brilho do olhar da mulher amada.

25 julho 2010

Boa tarde, Celso Mesquita


Ao comandante

E a fé
Que faria de mim
Dentes quebrados
E sangue,
É a fé
Que mantém o fiel
Vivo
Entre os povos da Terra:
Fiel a si
Como a água
É da sede
E o olhar
É do céu.

Recebi esse poema do autor, querido colega de turma e companheiro de lutas na Faculdade de Medicina, com o bilhete: “Luciano: este poema o fiz no mês de fevereiro deste ano de 2010, desejando-lhe vitória”.

Discurso de quem não tem o que dizer

Quem dá o tom do discurso da chapa de oposição? Se for Raul Jungmann, saia de baixo, porque é uma avalanche de aleivosia. Contra a realidade.

24 julho 2010

Sinal de vida

A dica de sábado é de poeta anônimo: “O amor, mesmo que não seja tanto, deve ser revelado – e vivido. Jamais reprimido.”

23 julho 2010

Fragmento da vida: a argamassa

É nos pequenos gestos e breves manifestações de cumplicidade que está a argamassa que une e alimenta o sentimento.

22 julho 2010

Minha coluna semanal no portal Vermelho

A pouca cultura nossa de cada dia
Luciano Siqueira

Quando subi ao palco – a contragosto, pois palco em evento cultural é para os artistas – ao lado do então prefeito João Paulo, no Marco Zero, numa tarde de domingo, por ocasião de um concerto da Orquestra Sinfônica do Recife, não contive a emoção ao perceber a composição do público de cerca de cinco mil pessoas ali reunidas: gente do nosso povo, boa parte vinda de bairros periféricos, a quem se atribui (erroneamente) a preferência quase exclusiva por produtos musicais de baixa qualidade popularizados pela grande mídia.

Cena semelhante pôde presenciar durante os oitos anos em que estivemos na Prefeitura do Recife. Em espetáculos gratuitos, pois produto cultural de qualidade custa caro.

A observação vem a propósito de um estudo feito há algum tempo pela Universidade Federal de Minas Gerais, a propósito do baixo dispêndio do brasileiro com cultura: apenas 40% dos habitantes de nossas regiões metropolitanas tem esse item em seu orçamento familiar.

A estimativa se apóia em informações contidas na Pesquisa de Orçamento Familiar, realizada entre 2002 e 2003 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O estudo focou nove regiões metropolitanas – Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém – e do Distrito Federal e procurou cruzar idade, escolaridade e renda no consumo de artigos de áudio, vídeo, leitura e arte, além de ingressos de teatro, shows, cinema, museus e estádios. Também incluiu a aquisição de instrumentos musicais, aparelhos de televisão, máquinas fotográficas e gastos com internet e TV por assinatura.

Na interpretação dos pesquisadores, dois fatores principais determinariam esse perfil de baixo consumo de cultura: preço e nível de escolaridade.

Pode ser. Quanto a preço cobrado em casas de espetáculo e por produtos como CDs, DVDs e livros, por exemplo, está longe do alcance da média de uma população cuja massa salarial é baixa.

Mas quanto à escolaridade, cabe dúvida. Pelo menos pela observação empírica das bem sucedidas tentativas de ofertar no Recife produtos de qualidade para grandes públicos formados por extratos mais populares e de reconhecido baixo nível de instrução formal.

O problema não é simples, é evidente. Reclama inclusive políticas públicas que convirjam no sentido de baratear custos dos produtos culturais – algo complexo que implica ação sobre toda a cadeia produtiva da cultura – e, obviamente, melhorar a qualidade de vida da população que vive do próprio trabalho, do ponto de vista material e espiritual. Vale refletir.

21 julho 2010

Meu artigo semanal no Blog de Jamildo (Jornal do Commercio Online)

Sonhando com arte
Luciano Siqueira


Das muitas formas com que a cidade se comunica com os seus habitantes e com aqueles que a visitam, as linguagens da arte certamente são as mais sensíveis. Expõem a cidade como ela é, com seus encantos e suas mazelas, seus amores e suas dores. E refletem, de uma maneira ou de outra, a alma do seu povo.

Certa vez, em 2003, no hall do Aeroporto dos Guararapes, pude inaugurar, na condição de prefeito em exercício, a mostra “Sonhando com arte” – uma amostragem do universo de sofrimento e de esperança de crianças e adolescentes da cidade do Recife em situação de rua, sujeitas a toda sorte de riscos, como a prostituição, a prática de delitos e o consumo de drogas. Uma denúncia viva, contundente. Também um grito de esperança. Daniel, Andresa, Michael, Rodrigo, Rafael, Vanessa, Williams, Cleiton, Michele, Cleidy, Jefferson - assim batizados por seus pais como que para exorcizar a perversa vida a que parecem eternamente condenados os chamados Josés e Marias, Raimundos e Joanas das nossas periferias urbanas - pintam, com traços toscos e cores vivas, sobretudo barcos, estradas floridas, montanhas e sol, revelando o desejo de se transportarem para outra realidade.

De fato, os depoimentos dos jovens pintores eram emblemáticos. “Eu quero ter um esposo e uma família”, diz Andresa, 12 anos. “Sinto desejo de estudar”, diz Lucas, de 11 anos. “Quero uma casa para pegar meu filho para criar”, sonha Michele, 17 anos.

A mostra fez parte do programa Educação Social de Rua, da Secretaria da Política de Ação Social da Prefeitura do Recife (em parceria com o Instituto de Ação Social e Cidadania, a Cruzada de Ação Social, o Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua, os Grupos Ruas e Praças e Pé no Chão), tendo como foco crianças até 17 anos, originárias de lares em condições de extrema pobreza. Oferecia aos meninos e meninas atividades lúdicas, tendo a arte como principal instrumento de abordagem, na expectativa de que a partir daí se pudesse promover a reintegração familiar, comunitária e escolar. Eram atendidas pouco mais de 230 crianças e adolescentes, 70% dos quais já conseguiam deixar as drogas – asseverava a então secretária Ana Farias.

O primeiro contato impressionava, doía, marcava. Mas ficava a sensação de que um mundo novo é possível se combinarmos a denúncia viva com a luta certeira para romper com os condicionantes fundamentais da proliferação de nossa população em situação de rua.

Este e mais oito programas desenvolvidos pela Prefeitura na gestão do prefeito João Paulo, centrados no protagonismo juvenil, atingiram mais de 40 mil crianças e adolescentes, inspirando-se no propósito da inclusão social e da afirmação da cidadania. E contribuíam certamente para elevar a consciência cidadã de todos nós que nos deixamos impressionar por aquele exemplo vivo de resistência e nos sentimos mais comprometidos ainda com a mudança de rumos em curso no desenvolvimento do nosso país.

Humanização da área da saúde

Às 11,30h, falo sobre o tema “O impiedoso mercado de medicamentos”, nos Congressos Nacional e Pernambucano de Humanização da Área da Saúde e Encontro Estudantil de Palhaçoterapia. No auditório Ribeira do Centro de Convenções.

Nas ruas logo cedo

Às 7 h, dupla atividade de campanha: Panfletagem no sinal do Bradesco de Piedade, em Jaboatão; e no cruzamento da Abdias de Carvalho/Av. Canal (perto do Habibs). Participo das duas, Um pouco de cada uma. Ir às ruas com militantes e amigos é um misto de combatividade e prazer.

Boa noite, Vladimir Maiakóvski

Picasso
Aos meus amigos


Não acabarão com o amor,
nem as rusgas,
nem a distância.
Está provado,
pensado,
verificado.
Aqui levanto solene
minha estrofe de mil dedos
e faço o juramento:
Amo
firme,
fiel
e verdadeiramente.

20 julho 2010

Uma crônica minha no site da Revista Algomais

Cidadania, pássaro e rosas
Luciano Siqueira

Dona Laura passa dos oitenta. Mas os gestos largos, o tom de voz firme e modulado, a boa dicção e o olhar vivaz expressam cativante alegria de viver. Apesar de consumir seus dias sozinha, no limitado espaço de um apartamento de dois quartos, no segundo andar de edifício sem elevadores. A filha, com quem reside, professora da rede pública, trabalha os três expedientes, de segunda a sábado, para assegurar o sustento das duas. Resta-lhe a pequena varanda, que divide com um canário cantador e um vaso de concreto onde cultiva rosas em minúsculo jardim.

- “Da varanda olho o mundo, escuto o canário e converso com as rosas. É a minha vida.”

Milhões de habitantes de nossas cidades, como Dona Laura, estão condenados à solidão, nas suas diversas formas. A maioria talvez não tenha como se refugiar na contemplação da paisagem, no gorjear do pássaro de estimação e no diálogo poético com as rosas. Muitos caem no desespero ou simplesmente afundam numa infeliz rotina.

Trata-se de uma espécie de crise da cidadania. O indivíduo sente-se oprimido pela concorrência, pela ameaça de perder o emprego, ou cansado de procurá-lo, sem êxito. Temendo a violência nas ruas, se autoconfina entre quatro paredes, vulnerável à mensagem sufocante das redes de TV, por onde lhe chegam apelos consumistas, relativos a um modo de vida artificial e frustrante.

O fenômeno ressalta o papel do governo da cidade na melhoria do padrão de vida dos seus habitantes. Planos, programas e projetos devem se inspirar no intuito de criar condições para que as pessoas possam experimentar em suas vidas uma ponta de felicidade, ainda que parcial e transitoriamente. Um exemplo é o Plano Diretor, no Recife recentemente atualizado, para adequá-lo ao bom uso dos instrumentos contidos no Estatuto das Cidades - tendo como foco a distribuição espacial e setorial de problemas e potencialidades, e como objetivo a formulação de soluções técnicas pactuadas com a sociedade, em benefício da maioria.

O Plano Diretor é um importante instrumento auxiliar da gestão pública, na medida em que aborda a cidade não apenas como território da reprodução do capital, mas sobretudo como espaço de convivência entre os cidadãos; e favorece uma relação saudável do indivíduo com o seu lugar. Desde que efetivamente aplicado. Para ajudar gente como dona Laura a compartilhar com os vizinhos o canto dos pássaros e a beleza das rosas.

Serra sem rumo

Serra oscila entre conciliador e udenista agressivo. Seu vice, o tal Índio, apela para as mais grosseiras agressões fascistóides. E o povo?

Universidades se fortalecem com atos de Lula

. Os três decretos e as duas medidas provisórias assinadas ontem pelo presidente Lula objetivando fortalecer a autonomia das universidades federais têm tudo a ver com a luta por um novo projeto nacional de desenvolvimento.
. As medidas facilitam a abertura de créditos suplementares para instituições e seus hospitais universitários, o uso das sobras do orçamento do ano anterior no exercício seguinte e a realização de concursos públicos sem autorização prévia do Poder Executivo, entre outros pontos.
. Os decretos também regulamentam a assistência estudantil e liberam recursos para o Programa de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais.
. Quanto às medidas provisórias, uma estabelece as regras de funcionamento das fundações de apoio às universidades e outra cria a margem de preferência para as compras públicas de produtos e serviços brasileiros. A segunda MP possibilita que essas entidades públicas possam comprar produtos de empresas brasileiras, mesmo que os preços sejam superiores aos oferecidos por uma empresa estrangeira.
. O papel das universidades públicas no desenvolvimento do País em bases sustentáveis é inquestionável. Lula trabalha nessa direção com os atos praticados ontem.

Dilma avança com fortes candidatos a governador

No Vermelho:
Aliados de Dilma nos estados lideram pesquisas de julho
. Desde que a campanha eleitoral iniciou-se oficialmente, no último dia 6 de julho, nenhuma pesquisa de intenção de voto para presidente foi divulgada. Mas oito pesquisas estaduais foram. Nelas, candidatos da base de apoio ao governo Lula lideram em sete dos oito estados em que as pesquisas foram realizadas. A única exceção é o Distrito Federal, onde o aliado de José Serra, Joaquim Roriz (PSC), ainda mantém a dianteira.
. Nos demais estados que tiveram pesquisas divulgadas (RS, ES, CE, SC, AC, MG e PE), os candidatos que pertencem a partidos aliados do governo Lula e que na sua maioria apoiam a candidatura de Dilma Rousseff à presidência lideram nas intenções de voto. No AC, PE, ES e CE os candidatos dilmistas podem vencer no primeiro turno. Em MG e RS, aliados de Dilma lideram (o peemedebista Hélio Costa, em Minas; e o petista Tarso Genro, no Rio Grande do Sul), mas deve haver segundo turno nestes estados. Em Santa Catarina, a candidata que lidera a disputa pelo governo estadual, Angela Amin, mantém-se neutra na corrida presidencial, mas seu partido, o PP, apoia Dilma informalmente.
. O eleitor brasileiro, historicamente, costuma diferenciar as candidaturas estaduais e federal. O voto num candidato de determinado partido para o governo estadual nem sempre influencia a opção do eleitor para a presidência. Prova disso é o Acre, onde o candidato petista ao governo, Tião Viana, lidera com 63% dos votos, mas a também petista Dilma Rousseff está em terceiro na disputa presidencial, com 16% das intenções de voto dos eleitores acrianos. Porém, é preciso considerar que até 3 de outubro há muita campanha para acontecer e os programas de TV dos candidatos terão grande impacto na decisão do eleitorado, quando ficar mais claro para os eleitores a que grupos políticos e a quais projetos cada candidato está vinculado.
. Veja um resumo das pesquisas estaduais divulgadas no mês de julho: http://migre.me/YzCo

Tedesco, guerreiro do bem

No Diário de Pernambuco:
Adeus ao professor Tedesco em Paulista

. Na última imagem do professor Alcides Tedesco, a prova da sua coerência como educador, ambientalista e defensor dos direitos humanos. Ontem à tarde, entre as mais de 20 coroas de flores depositadas sobre seu túmulo, no cemitério Morada da Paz, em Paulista, havia entre as mensagens endereçadas por associações sociais, políticas e de ex-alunos, palavras de conforto da sua manicure.
. Intelectual de esquerda, discípulo educacional de Paulo Freire e espiritual de dom Helder Camara, Tedesco morava no bairro do Poço da Panela, querido por todas as pessoas, independentemente de classe social. Aos 81 anos, mesmo adoentado, ia à Igreja de Casa Forte todo domingo e não faltava às reuniões dos ex-alunos do Colégio Marista, do qual foi diretor por nove anos (1985-1992).
. Vítima de infecção generalizada agravada por uma pneumonia na madrugada de ontem, Alcides Tedesco deixa a vida para se tornar um exemplo de homem obstinado pelos seus ideais. Seja na sua vizinhança, como cofundador da Associação de Moradores e Amigos de Poço da Panela (Amapp), ou professor (à frente do Conselho Estadual de Educação no final dos anos 1990 e do projeto Salve o Capibaribe, em prol do rio), ele deixa a marca de um "guerreiro do bem", como resume bem o ex-vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira.
. Para os moradores de Casa Forte e Poço da Panela, a morte de Tedesco representa não só uma perda afetiva como política. "Era uma pessoa extraordinária, sempre disposta a uma luta. Sua presença se manifestava sempre de maneira positiva", comentou Magdalena Arraes, viúva do ex-governador Miguel Arraes. O padre Edvaldo Gomes disse que ele "vivia profundamente sua fé". Ontem, no site do Centro Paulo Freire Estudos e Pesquisas, o qual ajudou a fundar, em 1998, foi publicada um nota de falecimento. "Tesdesco era essa figura esperançosa, sempre atenta a criar uma política humanizadora", definiu a professora da UFPE Elite Santiago. Tedesco deixa cinco filhos (três biológicos) e esposa.

18 julho 2010

Daqui a pouco inauguração do Comitê da Frente Popular

Hoje, a partir das 11 h, inauguração do Comitê de Eduardo Campos, Humberto Costa e Armando Monteiro Neto. Vamos juntos.

Ganhar nas ruas

No Diário de Pernambuco, Pesquisa Exata: Eduardo 62% x Jarbas 24%. Vamos à luta para consolidar a possibilidade de vitória.

O detalhe tem valor

Sugestão de domingo: Dê valor ao detalhe. No trabalho profissional, na política, no amor.

17 julho 2010

Boa tarde, Celso Mesquita

Gil Vicente

Depois da greve

Festas e sorrisos vários
No meio da luta.
Cadáveres ainda no campo,
Chove esquecimento
E esperança.
Trincheira bíblica
De pastos e fêmeas
E terríveis assentimentos.
Livro que abro e fecho,
Compotas de variados gostos
Escarpas de palavras mudas
Ingênuo olhar sobre as coisas.
O que possuo é um coração ansioso
E a púrpura do céu.

Ao meio dia na Rádio Olinda

Hoje, das 12 às 13 h, serei entrevistado por Pierre Lucena na Rádio Olinda. Ouça e me faça a sua avaliação crítica. Ajuda muito.

Ex-dirigentes do PCB reforçam PCdoB

. Belo ato de filiação ao PCdoB de mais de 60 ex-militantes do PCB, ontem em Igarassu. Quadros experimentados na luta do povo, como Helmington e Herbert Bezerra (vice-prefeito).
. Presentes os prefeitos Rubinho (Itamaracá) e Jesimário (Igarassu).
. Participei junto com Luciana Santos, Alanir Cardoso, José Bertotti, Maksandro Souza e dirigentes estaduais do PCdoB.

Parabéns para Luciano Moura

. Muita gente animada na festa de aniversário de Luciano Moura, ontem. Clima de confiança na reeleição do nosso deputado.
. Eduardo Campos, Armando Monteiro neto e Humberto Costa presentes. Luciana Santos e lideranças políticas do PCdoB.
. Saí de lá feliz com o clima de entusiasmo com a campanha de Moura.

Ciência patológica... segue firme e forte!

Ciência Hoje Online:
Desafiar o que está estabelecido é ato essencial da ciência. Na prática, porém, há o desafio de separar especulações banais de ideias relevantes, e assim teorias erradas podem ganhar adeptos antes de serem desmentidas. Conheça exemplos antigos e recentes da chamada ciência patológica.
. A ciência é baseada na experimentação, com a teoria desempenhando papel na produção de um quadro composto, consistente com o máximo de resultados possível. Novas ideias, experimentos e resultados são julgados com base no cenário aceito em dado momento.
. É essencial, caso se queira que o entendimento de um assunto seja ampliado, que o cenário aceito seja desafiado de modo inovador e tantas vezes quanto possível. Está também claro que novas ideias – às vezes, parecendo inicialmente ir contra o cenário aceito – devam ser levadas à frente e consideradas por seus méritos.
. Na prática, porém, a ciência tem que enfrentar o problema de como lidar com ideias dissidentes e com o desafio de separar especulações e afirmações incoerentes – que aqui denomino ‘dragões’, criatura mítica, atrativa, mas perigosa – de outras que, apesar de posteriormente se mostrarem corretas, sejam inicialmente difíceis de justificar de modo claro.
. Leia o texto na íntegra http://migre.me/XQ5h

Mercosul progride

. As relações econômicas entre os países que formam o Mercosul – Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai – não devem ser vistas estritamente do ponto de vista comercial mas como um projeto de integração que gera oportunidades comuns. Nesse sentido, o Mercosul operou uma transformação qualitativa nas relações dos quatro países-membros.
. A opinião é do embaixador do Brasil na Argentina, Enio Cordeiro, noticiada ontem pela Agência Brasil.
. Em 1991, quando o Mercosul foi criado, o comércio brasileiro com os três parceiros foi de US$ 4,5 bilhões. Em 2002, registrou-se um total de US$ 9 bilhões. A partir de 2002, o comércio no bloco ganhou um grande impulso. Em 2008, o comércio do Brasil com seus parceiros ultrapassou os US$ 40 bilhões.

16 julho 2010

Festa de filiação ao PCdoB

Hoje, 20 h, na Câmara Municipal de Igarassu, ato de filiação ao PCdoB de quadros ex-dirigentes estaduais e nacionais do PCB.

Um gesto de amizade e confiança

Você sabe, sou movido a ideias e a calor humano. Nada faço sem a emoção do abraço solidário, do olhar cúmplice e do prazer de compartilhar o sonho e a amizade.

Desejo reunir “um milhão de amigos e amigas” no próximo dia 5 de agosto, a partir das 19 horas, na Rose Beltrão Recepções, Rua Dois Irmãos, 523 – Apipucos/Recife. Para um coquetel seguido de jantar e depois assistirmos juntos ao primeiro debate entre os candidatos à presidência da República, na TV Band.

A minha nova missão – a conquista do mandato de deputado estadual – éma luta dura, que é preciso enfrentar com muita coragem, determinação e leveza. Por isso é tão importante a sua presença, para mim e para os companheiros e companheiras que organizam a minha campanha.

Entre em contato com a gente para confirmar a sua presença e a adquirir a senha de adesão pelos telefones 9146-2347 - 9601-03669799-98399936-7115.
Afetuoso abraço,

De bar em bar

Postagem de Camila na Comunidade “Eu sou 65100 Luciano Siqueira”no Orkut http://migre.me/XxyN:
. Estamos com uma atividade de campanha que tem como objetivo levar o nome de Luciano Siqueira e Luciana Santos para a jovens adultos frequentadores de bares e mercados públicos do Recife e RMR.
. A atividade "De Bar em Bar" tem um caráter leve e inusitado para que com alto astral possamos criar em torno de Lucia@ Siqueira e Santos uma jeito novo e poético de fazermos política.
. Para tanto, na próxima segunda-feira dia 19.07, às 18h iremos reunir o pessoal que está querendo participar desta atividade no PCdoB estadual. Vocês serão noss@s convidad@s especiais.

Serra não entende o mercado de trabalho em alta

. Foram gerados 212.952 mil empregos com carteira assinada em junho, em todo o País, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
. Este é o segundo melhor resultado para o mês desde o início da série histórica (1992), abaixo apenas do registrado em junho de 2008, quando 309.442 vagas foram criadas.
. Em maio deste ano, foram gerados 298 mil empregos. De janeiro a junho, o total de vagas criadas chegou a 1,473 milhão, um recorde para o período.
. Frente a esses dados, que Serra teima em não compreender, o tucano amarga a preferência dos trabalhadores por Dilma e ataca a CUT.

Em respeito a quem tem fé

. Sou de família muito religiosa e relações historicamente intensas com a Igreja católica progressista, mas não irei à procissão de Nossa Senhora do Carmo – porque nunca fui; e me recuso a praticar qualquer ato artificial em função da disputa eleitoral.
. Em respeito ao povo e por um dever de coerência.

15 julho 2010

Boa noite, Pablo Neruda

Picasso

Querer

Não te quero senão porque te quero
E de querer-te a não querer-te chego
E de esperar-te quando não te espero
Passa meu coração do frio ao fogo.
Te quero só porque a ti te quero,
Te odeio sem fim, e odiando-te rogo,
E a medida de meu amor viageiro
É não ver-te e amar-te como um cego.
Talvez consumirá a luz de janeiro
Seu raio cruel, meu coração inteiro,
Roubando-me a chave do sossego.
Nesta história só eu morro
E morrerei de amor porque te quero,
Porque te quero, amor, a sangue e a fogo.

Minha coluna semanal no portal Vermelho

O óleo, a água e o PCdoB em campanha
Luciano Siqueira


Nas eleições gerais deste ano, tanto em plano nacional como nos estados, formam-se frentes partidárias muito amplas, reunindo correntes políticas que frequentam praticamente todo o espectro partidário. Em torno da candidatura da ex-ministra Dilma e de candidaturas a governos estaduais melhor situadas, aliam-se a partidos de esquerda e de centro agremiações de perfil nitidamente conservador, tradicionalmente pertencentes a hostes adversárias.

Descaracterização dos partidos? Distinção entre esquerda e direita borrada? Sim, se olharmos o fenômeno apenas pelas suas aparências. Não, se compreendermos o sentido e a serventia de coligações amplas e diversificadas como elemento constitutivo da correlação de forças. Funciona aí o postulado tático leninista de partir da unidade das forças mais consequentes, atrair forças suscetíveis de serem atraídas para o nosso campo, neutralizar outras tantas passíveis de serem neutralizadas e isolar e enfraquecer o inimigo principal.

Isso vale para a guerra, vale para movimentos de ruptura com a ordem vigente, assim como para pelejas eleitorais e até para a luta social cotidiana. Alguém tem dúvida de que, deflagrada uma greve, aos grevistas interessa que não compareçam ao trabalho até pelegos e bajuladores do patronato, seja pelo convencimento momentâneo, seja através de piquetes?

A frente constituída em torno de Dilma, por exemplo, se aglutina com base numa plataforma (ou programa) à qual todos aderem, mas nem todos com ela se comprometem plenamente – mas ao invés de reforçarem o exército adversário, combatem ao nosso lado. Seria uma inconsequencia empurrá-los para o campo inimigo e pedir que atirem contra nós!

E o PCdoB nesse ambiente? Sente-se confortável, preservando entretanto sua independência. Comparece à luta com fisionomia própria, que se traduz tanto na defesa firme da plataforma unitária da ampla frente (e aí já se vê uma marca dos comunistas), como na abordagem dos temas específicos de campanha e na eleição de seus candidatos – este último dado essencial do desempenho partidário no mapa eleitoral.

Dito de maneira mais simples, é como se num mesmo recipiente onde se encontram os vários componentes da água, o PCdoB, que nem óleo, esteja junto porém diferenciado, autônomo e visível aos olhos dos trabalhadores e do povo.

Mantida essa postura, nada a temer ao se inserir nas coligações partidárias, por mais amplas e heterogêneas que sejam.

Enio vê futilidades pós-Copa da África

Charge de Enio Lins na Gazeta de Alagoas

14 julho 2010

Meu artigo semanal no Blog de Jamildo

Devo, não nego, mas só pago se puder
Luciano Siqueira

Devo, não nego, pago quando puder – quem diz isso comumente reconhece a dívida, não esconde que está na lona e procura de certo modo tranqüilizar o credor renovando a disposição de honrar o compromisso quando for possível.

Em matéria de impostos, há uma pequena diferença: é comum o devedor em dificuldades trocar “quando puder” por “se puder” e empurrar às calendas gregas a promessa de pagamento. Nesse caso, perde o devedor que fica impedido de realizar transações com órgãos públicos (entre outros ônus), perde também o governo que se frustra em suas expectativas de receita; perdemos todos nós que dependemos da capacidade de investimento público em obras, serviços e políticas sociais básicas.

É aí quando o bom senso, a sensibilidade e o pragmatismo do gestor público podem consertar as coisas. Em muitos casos é possível, dentro dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, renegociar os débitos, parcelá-los e zerar a conta lá na frente.

Em outros casos, melhor ainda: baixa-se o valor da alíquota (percentual com que um tributo incide sobre o valor do produto ou serviço) e torna-se o tributo suportável e a arrecadação cresce.

Agora pense nisso como política de governo, e não apenas medida ocasional para resolver casos isolados. É o que fizemos na Prefeitura do Recife (nas duas gestões de João Paulo, de quem fui vice-prefeito) através de um conjunto de reduções no valor de alíquotas e alongamento de prazos de pagamento (recuperação fiscal) que, na prática, reduziram substancialmente a inadimplência, aumentando a receita tributária do município e estimulando o incremento de atividades econômicas geradoras empregos.

Nessa convergência de propósitos entre poder público e iniciativa privada compareceram setores da tecnologia da informação (empresas articuladas pelo Porto Digital); transportes (possibilitando que parte do ISS devido seja aplicada na melhoria do sistema viário); clínicas, cooperativas, laboratórios e centros de diagnóstico na área da saúde (o pólo médico é o setor que mais emprega mão de obra na cidade); operadoras de cartão de crédito (condicionadas à manutenção do nível de emprego); cinemas e cines-teatro localizados em logradouros públicos (tendo como contrapartida atividades sócio-culturais); escolas da rede privada.

Moral da história: a flexibilização da política fiscal contribui para manter e ampliar atividades produtivas e alargar oportunidades de trabalho – ou seja, é um elemento necessário à política de desenvolvimento econômico do município.

13 julho 2010

Formando proletariado novo

. É um novo proletariado que surge, na esteira no ciclo de crescimento econômico que Pernambuco inicia puxado pela indústria e pelo setor de serviços avanços.
. As escolas técnicas sediadas no estado abrem hoje 3.094 vagas, registra reportagem no Jornal do Commercio. As vagas estão distribuídas em 13 escolas técnicas (no Grande Recife e interior), em dois centros tecnológicos (Caruaru e Serra Talhada) e na Escola de Referência Cícero Dias, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife.
. São oferecidos cursos em várias áreas, como comércio, rede de computadores, logística, enfermagem, informática, vestuário, administração, segurança no trabalho, edificações, mecatrônica, química e prótese dentária, entre outros.

Estado indutor do desenvolvimento

. O Globo registra “com pesar” que o presidente Lula deverá assinar, em agosto, em caráter emergencial, uma medida provisória criando a 12ª empresa estatal do seu governo: a Empresa Brasileira de Seguros S.A. (EBS).
. A nova companhia, que nascerá vinculada ao Ministério da Fazenda, poderá explorar operações de seguros em várias modalidades, do comércio exterior a projetos de infraestrutura de grande vulto. A EBS será autorizada ainda a criar subsidiárias e até abrir filiais no exterior.

Carro novo na gangorra

. A notícia é da Agência Brasil. A produção de veículos no mês de junho ficou 5% abaixo do resultado obtido em maio. Apesar da queda nas vendas, o resultado de junho representa um crescimento de 7,7% na comparação com junho do ano passado e uma expansão de 19,1% do total de veículos fabricados no primeiro semestre deste ano em relação aos seis primeiros meses de 2009.
. Segundo dados divulgados ontem pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em junho foram produzidos 306,3 mil veículos, enquanto o mês de maio fechou com 322,5 mil unidades. No primeiro semestre, a produção saltou para 1,75 milhão de unidades - um recorde da indústria automobilística brasileira - contra 1,47 milhão no primeiro semestre de 2009.
. As vendas no mercado doméstico subiram 4,6%. Em maio foram licenciados 251,1 mil veículos enquanto em junho esse número subiu para 262,8 mil. O balanço, contudo, é negativo quando comparados os resultados do mês passado com os de junho de 2009, quando foram licenciados 300,2 mil veículos, uma variação de - 12,5%.

Meu artigo semanal no site da Revista Algomais

Consultoria para tirar bicho de pé
Luciano Siqueira


Esse amigo de vocês deveria saber, mas nunca se deu ao trabalho de investigar o assunto. A multiplicidade de consultorias privadas junto a instituições públicas é fenômeno mundial do capitalismo moderno ou é própria do neoliberalismo tupiniquim que retirou do Estado tudo o que pôde, obrigando-o a contratar no mercado toda a sorte de serviços?

A dúvida persiste, tanto mais porque num artigo assinado por uma tal Ruth Marcus, no The Washington Post (que você vê logo tratar-se de um jornal norte-americano), transcrito pelo Valor Econômico, a respeito da queda do presidente do Banco Mundial (Bird) Paul Wolfowitz, é mencionada uma consultora especializada em “preconceito no local do trabalho”.

Permitam esclarecer. Paul Wolfowitz, indicado para o posto pelo então todo-poderoso presidente norte-americano George Bush, de quem foi assessor especial na Casa Branca, teve que renunciar diante das repercussões negativas de uma esperteza que praticara, beneficiando a namorada, Saha Riza, com um extemporâneo (sejamos delicados) aumento salarial, em desacordo com as normas do Banco.

O artigo não discute o mérito, prende-se a considerações de ordem comportamental num ambiente de trabalho onde atuam, lado a lado, chefe e chefiada, enamorados. É aí que é feita uma referência à “consultora de preconceito no local de trabalho”, Fread Klein.

Se existe uma consultoria assim tão especializada lá nos EUA, provavelmente por aqui também disso tem – e a ignorância, então, é nossa.

Ignorância e conservadorismo, pois até hoje imaginava que não tinha chegado a tanto o cardápio das empresas de consultoria sempre ávidas de contratos com o poder público.

Bom, o que mais incomoda nesse exato momento – permitam a intimidade – é um bicho de pé contraído em São José da Coroa Grande e que provoca uma coceira insuportável. Como bicho de pé é comum em nossas praias tão freqüentadas por executivos de alto escalão, não demora aparecerem consultores especializados para ensinarem que não se tira bicho de pé apenas com uma agulha esterilizada e mercúrio cromo; tem um jeito mais “moderno” à disposição de quem possa pagar caro.

(Em tempo: Nada contra consultorias sérias, prestadoras de serviços técnicos de qualidade).

Bom dia, Marcelo Mário de Melo


Aos que cuidam de bandeiras

Há aqueles que levantam uma bandeira
e prosseguem.
Aqueles que afrouxam as mãos
e abandonam as bandeiras no caminho.
Aqueles que rasgam queimam
renegam bandeiras e se recolhem.
Aqueles que se bandeiam
e passam a defender
bandeiras contrárias.
Aqueles que refletem
e escolhem bandeiras melhores.
Aqueles que encerram as bandeiras
em gavetas vitrines e altares.
Aqueles que colocam as bandeiras à venda.

É triste ver bandeiras abandonadas
vendidas ou sacralizadas no céu distante.
As bandeiras não são entidades
para comércio adoração e arquivo

Expostas ao vento e ao tempo
as bandeiras são coisas simples da vida
exigem cuidado:
como uma casa
uma roupa
um filho
uma flor.

10 julho 2010

Plantando com esmero

A dica de sábado é de Neruda: “Semeemos a planície antes de arar a terra.”

09 julho 2010

A palavra de Jomard Muniz de Britto

PULSAÇÕES na e da INTERPOÉTICA

Jomard Muniz de Britto. jmb


1. Encarar tragédias da natureza
desnaturada. Bons sentimentos apenas
aparecem depois. Livros no mercado das
solidariedades . Cruéis desamparos.
2. Comunidades afogadas na inexistência
de planejamento . Flageladas na lentidão
das burocracias.Discursos na e da midia.
3. Pulsões da poeticidade em busca dos
bons tempos perdidos. Leituras do mundo
em outros repertórios e culturações.
4. A política de amizade nas letras -
imagens, audiovisuais, hiperatividades -
pode ser tão demarcada a sobreviver
quanto a dos políticos profissionais em
coligações partidárias. Redes de potência.
5. Se não existe TRANSPARÊNCIA dos seres,
coisas, tarefas, afetos econceitos, por QUEM
temer a estranheza de relutantes
criticidades? Pedagogia em lições de abismo
e virtuais relacionamentos.
6. Viajamos pelo território das crises, mas
voltamos por amor aos roteiros liberados.
7. O trabalho com as linguagens exige um
tempo disponível e dilacerado pelas
mercadorias líquidas, sólidas , gasosas...
8. Historicidade para superar todos os
dualismos: forma e conteúdo , incomunicação
e comunicabilidade , horizonte de expectativas
e efeitos de recepção, texto e contexto.
9. Experimentos da FORMATIVIDADE:
matéria de paradoxos e das mais frágeis
sínteses do contemporâneo.
10. http://www.interpoetica.com/  instaurando
gumes gosos, mistérios da leitura e êxtase
na incorporação das letras e literaCIDADES.

Do Recifinito à Paraibarroca, julho 2010

08 julho 2010

Coluna semanal no portal Vermelho

Três pilares da campanha
Luciano Siqueira


Refiro-me a campanha de candidato proporcional – ou seja, no pleito atual, a deputado estadual e federal. E, obviamente, excluo postulantes que optam por comprar a preços inconfessáveis votos que lhe darão o mandato. Falo de candidatos de raízes e compromissos populares.

Isto posto, que “pilares” são esses? Sem querer defender tese nem ensinar nada a ninguém, revejo as tantas campanhas que já se passaram em minha vida militante, sendo eu candidato ou não, e chego à conclusão de que ideia, coragem e emoção são essenciais a uma campanha bem sucedida. (Além de materialmente bem lastreada, como deve ser toda campanha).

Vamos por parte. Primeiro que tudo é preciso sustentar um discurso correto, consistente e compreensível pelas parcelas do eleitorado que constituem o público alvo da candidatura. Isto quer dizer uma plataforma onde estejam assinalados os principais compromissos do candidato – que, no caso dos comunistas, se inspira na orientação geral do Partido, contida nas resoluções do último Congresso e em diretrizes mais recentes. Uma espécie de fusão da proposta nacional com bandeiras que expressam a realidade local. Mais: unir em torno dessa plataforma, alguns milhares de militantes e apoiadores.

Assim se faz possível uma campanha aguerrida, corajosa, ousada na busca do apoio popular. Mobilizando as pessoas das mais diversas formas, através de pequenas, médias e grandes ações. Nos territórios delimitados para a campanha, onde se concentra a presumível base social e política da candidatura, disputar o voto palmo a palmo – da porta da fábrica às cinco da matina ao fim de noite nos bares frequentados pela galera mais esclarecida.

E emoção, muita emoção. Você lembra de algo verdadeiramente importante na vida que não lhe emocione? Se não lhe toca a sensibilidade é porque não é importante ou você ainda não se apercebeu da importância que tem.

A disputa eleitoral é evento decisivo em nossas vidas, pelas consequências para o futuro mediato do País e de nossa aldeia. Bote importância nisso. Demais, quem ocupa o posto de candidato e os que formam os destacamentos do exército na briga pelo voto não alcançarão o objetivo se não se deixarem contaminar pela consciência do papel histórico que cumprem. E o entrelaçamento com a própria saga do nosso povo, a certeza de que estamos continuando a luta de muitos que em diferentes fases de nossa História alevantaram nossas bandeiras rubras e verde-amarelas, muitos sacrificando a própria vida e tingindo com o seu sangue generoso o solo de nossa terra.

O candidato não representa a si mesmo, é intérprete dos propósitos do Partido e de milhares que se aglutinam na peleja. E a campanha, assim concebida, se traduz num imenso ato coletivo de amor e de confiança no povo.

Convergência de ideias, determinação combativa e entusiasmo e alegria dão, assim, o sentido e o colorido da luta. E a possibilidade de êxito.

Com operários de Suape

. Distribuição do Jornal A Classe Operária + jornal de prestação de contas do nosso mandato: ótima atividade hoje, desde 5,30 h da manhã, junto aos operários do Complexo Portuário de Suape.
. Com a participação de Luciana Santos, companheiros sindicalistas e militantes da UJS.
. Receptividade excelente.
. Thiara, presidente estadual da UJS, Moacir Paulino, Ledilson e mais de uma dezena de metalúrgicos, na linha de frente da abordagem dos operários.

07 julho 2010

No Orkut

Comunidade no Orkut "65100 Sou Luciano Siqueira" acaba de ser criada por Thais. Veja http://migre.me/V6mr

06 julho 2010

Boa noite, Cecília Meireles

Picasso
Diálogo

Minhas palavras são a metade de um diálogo

obscuro continuando através de séculos impossíveis.

Agora compreendo o sentido e a ressonância
que também trazes de tão longe em tua voz.

Nossas perguntas e resposta se reconhecem
como os olhos dentro dos espelhos.

Olhos que choraram. Conversamos dos dois extremos da noite,
como de praias opostas. Mas com uma voz que não se importa...

E um mar de estrelas se balança entre o meu pensamento e o teu.
Mas um mar sem viagens.

Meu artigo semanal no Blog de Jamildo (Jornal do Commercio Online)

Procura-se o culpado
Luciano Siqueira

Toda derrota é assim: reclama um culpado, real ou mesmo um simples e indigitado bode expiatório. No futebol, na vida.

Quando atendia crianças em ambulatório de pediatria era muito comum, entre queixas e sinais clínicos, ouvir: “Doutor, eu não tive culpa”, como se a febre, a coriza, a tosse, a dor abdominal ou mesmo o pequeno acidente doméstico tivessem necessariamente um responsável além das contingências da vida. “Minha senhora, toda criança saudável coleciona cicatrizes”, quanta vez tive que argumentar.

Talvez seja pela nossa cultura ocidental cristã, que cultua a culpa (e o pecado) como ante-sala do arrependimento e da remissão. Se não houvesse pecado e culpa, para que o perdão?

Agora imagine isso no futebol, essa paixão sem limites que contamina nove em cada dez brasileiros. Pior: não se trata de um campeonato qualquer, é da Copa do Mundo que se fala, essa coisa monstruosa que a cada quatro anos põe em causa o talento, a garra e o patriotismo de onze atletas e a sapiência e a capacidade de comando de um técnico. Tudo isso sob os olhares atentos, rigorosos e tensos de milhões de telespectadores. O herói de hoje se converte no mais reles vilão no dia (ou no jogo) seguinte como que por um lance de mágica.

Dunga, contra a Rede Globo e tudo, às vésperas do jogo com a Holanda ostentava índice de popularidade perto do alcançado pelo presidente Lula. Um fenômeno. Felipe Melo, o meia-armador que deu o passe para o gol de Robinho, num instante conquistou o grau de gênio: “Que visão de jogo! Na medida!”, elogiavam narradores entusiastas. No segundo tempo, porém, após a falha no primeiro gol holandês e sobretudo depois da expulsão de campo, virou um medíocre e desequilibrado meio-campista. Um perfeito vilão.

Agora se multiplicam as resenhas esportivas no rádio e na TV, artigos e balanços retrospectivos nos jornais e nos sites especializados, todos focados numa única e exclusiva obsessão: achar o culpado.

Claro que é Dunga! Ou alguém conhece algum fracasso em torneio tão importante em que o técnico não seja o caudatário natural da santa ira dos apaixonados torcedores?

Tudo bem que a maioria já punha em dúvida a capacidade de Dunga, desejava um futebol vistoso, que fizesse jus à fama de melhor do mundo. Mesmo que não ganhasse, pois o que vale é a beleza da vida e não necessariamente a vitória, asseverou o ex-craque Sócrates em entrevista à revista Caros Amigos. Só uma minoria compreendia a estratégia do gaucho hoje chamado pejorativamente de “anão”, de vencer a batalha no meio do campo e liquidar o adversário através da criatividade dos nossos atacantes. Mesmo se sabendo que de 1974 para cá, nenhuma seleção foi campeã jogando aberto e priorizando o chamado futebol arte.

Bom, a Pátria está salva: o culpado existe. Agora podemos dormir em paz e voltar nossas energias para a outra guerra que se aproxima.

Contato direto

Vim agora de mais uma rodada de prestação de contas do mandato nas ruas. Contato sempre gratificante com as pessoas, ótima receptividade.

Para que nosso povo se reconheça a si mesmo

. Boa notícia veiculada pela Agência Brasil. Moradores de municípios brasileiros com até 20 mil habitantes podem se inscrever na quarta edição do projeto Revelando os Brasis, desenvolvido em parceria pela Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura e o Instituto Marlin Azul.
. O objetivo é promover a inclusão audiovisual da população do interior, por meio da produção de vídeos que contem histórias reais ou de ficção, elaboradas pelos próprios habitantes dessas cidades.
. Serão selecionadas 40 histórias, para serem transformadas posteriormente em videos de ficção ou documentários. Os autores passam por uma oficina de capacitação na área de cinema, durante 12 dias, no Rio de Janeiro, onde terão aulas de roteiro, fotografia, edição, direção, produção e direção de arte.

Indústria otimista

. A notícia está no Jornal do Brasil. Um estudo sobre investimentos das indústrias brasileiras de bens de consumo duráveis - abrangendo 789 delas em todo o país - mostra que 56% optaram em 2010 por aplicar no crescimento da produção.
. No estudo anterior, ano passado, o índice era de 36%. Para especialistas, o número indica uma confiança maior na economia.

Me engana que eu gosto

A oposição se agarra a todo e qualquer argumento para se enganar em relação à disputa majoritária em Pernambuco. Mas bravata não dá voto.

Petrobras em alta

. Estima-se que a Petrobras venha a alcançar, pelo terceiro ano seguido, a liderança em investimentos entre as maiores petroleiras do mundo.
. Tendo como vetores o projeto de exploração do pré-sal e a construção de três refinarias.
. A Petrobras prevê investir em 2010 US$ 44 bilhões, 57% mais que a Exxon e a Shell (US$ 28 bilhões cada uma).
. A empresa, que é a 15ª do mundo em termos de produção, reservas e resultados financeiros, espera levantar US$ 50 bilhões com a sua capitalização.

Operações bancárias na rede

. Levantamento do Banco Central revela que o brasileiro está usando mais a internet para fazer suas operações bancárias do que os terminais de autoatendimento, como o caixa eletrônico.
. Uma em cada três transações é hoje feita pela rede.

Meu artigo semanal no site da Revista Algomais

Sopa de legendas nas convenções regionais
Luciano Siqueira

O fenômeno se apresenta em praticamente todos os estados: legendas que em plano nacional se aliam em torno de candidaturas à presidência da República, em âmbito local ou se distanciam, promovendo projetos próprios, ou se associam a forças opostas. Mais: o mapa dos municípios revela que os campos de oposição e situação também são compostos através de um verdadeiro embaralhamento de siglas, no somatório de municípios onde se contam apoios de cada um dos lados.

A pergunta primeira é: para quê, então, os partidos políticos? A resposta há que se apoiar na realidade concreta, e não num desejável desenho do sistema partidário brasileiro. Porque entre o desejável e o real vai uma distância abissal. E não é de agora, vem desde o Império, ultrapassando a República Velha, perdurando após a Revolução de 30 e os diversos episódios que marcaram, desde aí, fases distintas de nossa jovem e ainda frágil República. Ao longo de nossa História, partidos longevos, programáticos, nacionalmente unos, nem pensar – certamente com exceção do Partido Comunista, que desde a sua fundação, em 1922, mercê da base ideológica e teórica que o sustenta, sobreviveu até hoje, sempre buscando se constituir como corrente de pensamento definida e unitária.

Ora, se predominam historicamente em nosso espectro partidário agremiações efêmeras, conjunturais, como esperar delas coerência da formação de alianças nacionais e locais? Difícil, muito difícil. Tanto mais quanto se sabe que refletem sobre os partidos as diferenças regionais, num país de dimensões continentais e econômica e culturalmente múltiplo. Terminam prevalecendo interesses locais na conduta de cada um em eleições gerais como as que ocorrerão em outubro próximo.

A segunda pergunta se impõe óbvia: como superar essa fragilidade partidária? A resposta, nesse caso também óbvia – através de uma reforma política que estabeleça o sistema de listas pré-fixadas pelos partidos para eleições proporcionais e financiamento público de campanhas -, entretanto não indica facilidade. Pelo menos entre nós nem sempre o óbvio é fácil – e tampouco viável.

Reforma política democratizante, que conduza o eleitor a escolher partidos e programas e não apenas vote em indivíduos, e que assim fortaleça a estrutura partidária brasileira, depende de vontade política, que há de contaminar a maioria dos partidos com representação no Congresso Nacional. E isso depende, em última instância, de uma consciência social avançada, que reclame essa reforma.

04 julho 2010

Nas ruas, cumprindo compromisso

. Amanhã, a partir das 7 às 8h, distribuirei pessoalmente (com equipe) jornal de prestação de contas do mandato, edição número 2. No cruzamento das avenidas Real da Torre X Caxangá X Benfica (esquina do Museu da Abolição). Compromisso assumido na campanha para vereador.
. O jornal Luciano Siqueira Presta Contas em sua segunda edição já foi parcialmente distribuido pelos Correios. As chuvas atrapalharam a distribuição nos semáforos. Espero que amanhã não chova.

Coragem e leveza

A sugestão de domingo é de Che Guevara: “Hay que endurecer, pero si perder la ternura jamás”.

03 julho 2010

Brigando com a realidade

Colunistas tucanoides exageram na ginástica verbal para minimizar o crescimento de Dilma nas pesquisas – inclusive no sempre destoante Datafolha.

O olhar de Enio sobre a derrota do Brasil na Copa

Charge de Enio Lins na Gazeta de Alagoas

Questão de saúde pública

. Correta a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de estabelecer um prazo de seis meses para que as peças publicitárias de alimentos com altos teores de açúcar, sódio e gorduras trans e saturada tragam alertas sobre problemas de saúde que o consumo dessas substâncias pode provocar.
. Uma questão de proteção à saúde. mas quem disse que a indústria do setor aceita passivamente? Entrará com ação judicial contestatória. Entre a saúde e o lucro, que prevaleça o lucro – é a opção.

Bom dia, Carlos Drummond de Andrade


A Palavra Mágica

Certa palavra dorme na sombra
de um livro raro
Como desencantá-la?
É a senha da vida
a senha do mundo.
Vou procurá-la.

Vou procurá-la a vida inteira
no mundo todo.
Se tarda o encontro, se não a encontro,
não desanimo,
produro sempre.

Procuro sempre, e minha procura
ficará sendo
minha palavra.

Na posse da Adufepe

Posse da diretoria da Adufepe, ontem à noite: ambiente de unidade e de descontração. Em apenas 3 minutos (quanto mais curto o discurso, melhor), relacionei a luta dos docentes com o papel estratégico das universidades em um novo projeto nacional de desenvolvimento.

Olhos para enxergar

A dica de sábado é de Saramago: “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara”.

02 julho 2010

Bobagem pura

. Essa de questionar se Lula pretende ou não disputar cargo na ONU após deixar a presidência da República é puro diversionismo.
. Uma notícia que não faz sentido.

O olhar de Enio na Copa

Charge de Enio Lins na Gazeta de Alagoas

Tecnologia da informação em alta

. A notícia está no Valor Econômico. Ainda mais acelerado que o setor industrial como um todo; que deve fechar o primeiro semestre com alta próxima de 16,5%, o segmento de tecnologia da informação chega a julho com resultados vistosos.
. Números preliminares obtidos pelo Valor apontam que empresas e governo gastaram R$ 24,3 bilhões com tecnologia no semestre, quase 20% mais que no mesmo período de 2009. Além do aumento da renda e da oferta de crédito, da inadimplência estabilizada e da perspectiva de crescimento do PIB de 7,3% no ano, também contribuiu para o desempenho a retomada das encomendas pelas empresas, que tinham adiado a renovação dos equipamentos no ano passado. As compras do governo e a expansão da demanda na classe C também tiveram influência no resultado.
. O interesse das empresas pela renovação da infraestrutura também favoreceu o mercado de software, que encerrou o semestre com crescimento de 20%, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes). De maneira geral. Os contratos de software aumentaram a partir de março. Tradicionalmente, esse é o período de menor volume de vendas e resultados, sempre inferior ao quarto trimestre do ano anterior.

Um vice que não ajuda

No Jornal do Brasil:
O vice incômodo
Desgastado pela repercussão desfavorável da escolha do deputado Índio da Costa (DEM-RJ) para seu vice, o candidato do PSDB, José Serra, esquivou-se ontem de falar sobre o companheiro de chapa. Índio é o quarto deputado mais faltoso entre os 46 do Rio. Ele se ausentou em 175 das 601 sessões da atual legislatura - 29%, para média de 19% dos parlamentares. Na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, foi só a 112 das 332 sessões - as faltas chegam a 66%. Índio é um dos cinco deputados do Rio que mais usaram verba indenizatória: R$ 734 mil - R$ 414 mil só em "divulgação e consultorias".