21 agosto 2011

Sinais de revolta na Europa

No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
As jornadas rebeldes

Os atuais acontecimentos econômicos, sociais e políticos que vão se desenrolando principalmente na Europa e nos Estado Unidos, representam a expressão mais crua das consequências brutais do reinado de quatro décadas da nova ordem mundial, do neoliberalismo e de um conjunto de outras doutrinas reacionárias, que ainda exercem uma implacável hegemonia a serviço da concentração, centralização e expansão do capitalismo em escala global.

Acontecimentos esses que não se expressam, com as mesmas características e intensidade com que se apresentam no primeiro mundo, em relação às principais nações emergentes, Brasil, China, Rússia, Índia e recentemente a África do Sul.

E ao que tudo indica essa diferenciação irá permanecer e se aprofundar porque estamos vivendo uma inversão das tendências do capitalismo, com evidente declínio das nações europeias e dos Estados Unidos em processo de paulatina decadência econômica, o que está acentuando cada vez mais a sua agressividade imperial e o seu intervencionismo militarista.

Vai surgindo uma situação em que as coisas tendem a se inverter, ficar de cabeça para baixo, em relação ao contexto anterior, onde as grandes nações emergentes, por condições determinadas, começam a transitar a um patamar mais elevado de crescimento e desenvolvimento, se prevalecerem orientações econômicas e políticas soberanas.

É, portanto, um período de crise, resistência e transição no tabuleiro geopolítico internacional, mas em que não podem ser descartadas tentativas de interrupções abruptas, incluindo agressões militares, especialmente por parte dos EUA e seu bloco mais alinhado, com o objetivo de interromper a própria crise e a ascensão dos outros atores no cenário internacional.

Mas durante esses tempos de hegemonia neoliberal a humanidade foi submetida a um processo regressivo da civilização humana onde se conjugam valores como o individualismo egocêntrico, a “intolerância pactuada” através da doutrina “politicamente correta” do multiculturalismo.

É a tentativa de impor às novas gerações uma época sem horizontes, que ao historiador Eric Hobsbawm mostrou-se como uma tendência ao “presente contínuo”, pragmática, sem causas , desprovida de solidariedade. O limbo.

As grandes jornadas de rebeldia que surgem nos Países indicam a tomada de consciência, por parte das nações, dos povos e dos trabalhadores de que é imprescindível a superação dessa “nova ordem” mundial injusta e acima de tudo perversa, através das utopias realizáveis.
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