30 janeiro 2012

Vale o que está escrito

A importância dos livros
por Cícero Belmar, no portal Interpoética http://goo.gl/r1t8t

Por ser político, defensor ardente do abolicionismo, um dos grandes diplomatas do Império, historiador, jurista e fundador da Academia Brasileira de Letras Joaquim Nabuco entrou para a história.

Não, não. A frase correta deveria ser: por ter escrito livros – sim, importantes obras de memórias -como "O Abolicionismo" e "Minha Formação", Joaquim Nabuco entrou para a história. Outros homens do seu tempo defenderam o abolicionismo e não entraram para a história.

Só se imortaliza quem consegue um registro histórico, disse-me um dia a estudante de história Catarina Dantas. Ela me contou: havia um homem do seu tempo, do tempo de Nabuco, com ideais semelhantes, libertário e vanguardista, que ficou na periferia da história. José Mariano foi educado por uma família escravocrata. Mas, assim como o outro, optou pela luta em favor dos homens subjugados.

Mariano, advogado, dono de jornal, ainda assim falava a língua do povo. Tanto que algumas vezes foi visto, nas ruas do Recife, acompanhado de uma turma que, no século 19, era considerada da pesada – um grupo de capoeiristas.

Tinha por Nabuco amizade sincera e grande admiração. Da vivência com o povo, Mariano retirava subsídios para as ideias que fornecia a Nabuco. Esse, aprimorava-as e as defendia em todo o País. O que lhe rendia prestígio nacional e votos em Pernambuco. Mariano nada deixou escrito, além de cartas para Nabuco. Não registrou sua luta. A história, por pouco, não o esqueceu.

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