10 maio 2012

Contra juros altos, delimitando campos

A nação contra a usura
Luciano Siqueira

Publicado no portal Vermelho

São medidas corajosas as adotadas pela presidenta Dilma no intuito de destravar o crescimento econômico. Uma peleja entre a nação e a usura, que tende a clarear o cenário pondo em lados opostos, separados por um risco nítido e definitivo, a maioria da população versus o capital financeiro, este identificado como inimigo maior do povo e da na nação.

Os dados divulgados ontem pela Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) são animadores. Há uma queda importante, pelo terceiro mês consecutivo, dos juros cobrados por instituições financeiras de pessoas físicas e pela quarta vez para pessoas jurídicas, alcançando o menor nível desde 1995.

Segundo a Anefac, a taxa média cobrada de pessoas físicas ficou em 6,25% ao mês (106,99% ao ano), uma redução de 0,08 ponto percentual (p.p.) ante março, quando o juro médio cobrado foi 6,33% (108,87% ao ano). Das seis linhas de crédito avaliadas, apenas a taxa do cartão de crédito rotativo se manteve inalterada em 10,69% ao mês. Todas as demais foram reduzidas, inclusive para o empréstimo pessoal em bancos que passou de 3,84% ao mês na apuração anterior para 3,69% em abril.

Algum benefício para o consumidor? Sim. O comércio diminuiu em 2,05% a taxa média cobrada, passando de 4,87% ao mês, para 4,77%. O juro do crédito direto ao consumidor (CDC) para financiamento de automóveis caiu de 1,97% no mês em março para 1,94% no último levantamento. O cheque especial e o empréstimo pessoal em financeiras sofreram retração de 0,72% (8,34% para 8,28%) e 1,45% (8,26% para 8,14%), respectivamente.

E para os banqueiros? Estes nunca deixam de ganhar muito, mas é clara que sofrem uma baixa, que se reflete na queda do valor de suas ações negociadas no mercado cuja cotação cai diante da perspectiva de redução de lucros.

Tudo bem. Nada disso acontece sem o esperneio de analistas econômicos postados na grande mídia e sempre prontos a defender a política macroeconômica conservadora. Sempre há um senão, uma ameaça de efeitos negativos (para quem, cara pálida?) e quejandos.

E há o rebatimento político. Seguindo-se o roteiro estabelecido pela presidenta Dilma, a economia se aquece, expandem-se as oportunidades de novos investimentos e a oferta de novos postos de trabalho. E, por conseguinte, alarga-se a base social do governo.

Este é um fator importante a considerar no ambiente das eleições municipais que se aproximam. Seja nas plataformas de candidatos às Prefeituras, seja no discurso dos postulantes às Câmaras Municipais. Porque há uma conexão entre essas medidas do governo central e as condições de existência da maioria da população, inclusive das camadas mais populares.

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