25 julho 2012

A construção coletiva das ideias

Raul Córdula
As muitas fontes de uma proposta
Luciano Siqueira*

Candidato que se preze e pretenda ser respeitado tem que ter proposta. Mesmo os pouco afeitos a questões substantivas e mais inclinados aos artifícios de marketing. E as propostas serão tanto mais consistentes, e capazes de galvanizar a atenção de parcelas expressivas do eleitorado, se construídas a muitas mãos. Mais precisamente a centenas ou milhares de mãos.

No caso dos candidatos a cargos executivos – prefeituras, no pleito presente -, mais ainda. Daí a necessidade de buscar múltiplas fontes – das informações oficiais acerca da cidade à ausculta dos mais diversos segmentos da população, organizados ou mesmo difusos.

Nesse esforço, pesquisas de opinião, qualitativas e quantitativas, quando possível realizar, têm também a sua inegável importância.

Nada, porém, substitui o diálogo direto com distintas parcelas da sociedade – trabalhadores, jovens, mulheres, empresários, religiosos, intelectuais, artistas, técnicos. Se há predisposição a ouvir e a valorizar o dito e o reclamado e sugerido, a proposta para o almejado futuro governo ganha atributos de qualidade e de consistência. E reverbera naturalmente através de extensas parcelas dos participantes, que exercem um papel importante na formação da opinião pública.

Mas não é, obviamente, uma empreitada simples. Custa, em primeiro lugar, a firme disposição do candidato ao cargo executivo em efetivamente assumir os compromissos perante o povo construídos coletivamente. Também custa, da parte de todos os que em maior ou menor grau se envolvam nessa construção coletiva, uma atitude compreensiva e despojada diante das diferenças, muita tranquilidade na prática democrática da busca do consenso superando eventuais divergências. Afinal, estão em jogo propostas estruturantes da vida na cidade, do padrão de ocupação e uso do território ao fomento das atividades econômicas; do bom equacionamento dos serviços essenciais à população à melhoria da qualidade da atenção à saúde, à educação. E problemas ingentes como o da mobilidade urbana, hoje central em todas as médias e grandes cidades do País.

O consenso possível e a concretude do que se propõe têm tudo a ver com a possibilidade de vencer o pleito e de bem governar.

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