19 outubro 2012

Redes sociais na política

Debate político em tempo real
Luciano Siqueira

O tema é frequente no noticiário. Ontem, mais uma vez, notícia veiculada numa emissora de rádio dava conta dos chamados “malefícios” da internet – no caso, o infortúnio de um casal de anciãos vítima de chantagem através do Facebook. “As redes sociais fazem muito mal às pessoas”, vaticinou o delegado encarregado do caso.

Nada mais equivocado. A internet faz tanto mal hoje como o fizeram (sic) o telégrafo sem fio, o próprio rádio, a TV e assim por diante. As novas tecnologias, ao longo do tempo, sempre serviram para o bem ou para o mal, conforme o uso que se faça. A verdade elementar há quem teime em negar – por puro preconceito, creio.

No meu caso só tenho que saudar o advento da grande rede. Basta comparar o que ocorria quando exerci o mandato de deputado estadual pela primeira vez – nos anos oitenta do século passado – e o que ocorre agora, no atual mandato, em matéria de comunicação.

Àquela época, ia à tribuna da Assembleia Legislativa com cópias em carbono do resumo do discurso que iria proferir, para distribuir com as taquígrafas e com a imprensa. Embora falasse, como falo até hoje, de improviso, o dito resumo ajudava tanto a transcrição do meu pronunciamento, como a eventual nota na mídia. Dois ou três dias após o texto do meu pronunciamento era publicado no Diário do Poder Legislativo, de onde providenciava cópias xerográficas a serem enviadas pelos Correios para parcela do público alvo, via mala direta. Verdadeiro artesanato.

Hoje, logo que termino de me pronunciar, já existe o registro em vídeo e áudio; logo o registro é visto no portal da Assembleia Legislativa e não demora que a notícia passa a ser veiculada no site do meu mandato, www.lucianosiqueira.com.br, a cargo da assessoria de comunicação. Daí para links no Twitter e no Facebook é questão de minuto. Incontinenti um público considerável tem acesso àquela informação. Em tempo real.

Tenho, pois, motivos de sobra para considerar a tecnologia da informação a oitava maravilha da Humanidade.

Isto porque sou, assumidamente, dentre os detentores de mandato eletivo um dos que mais se comunicam com o público. Em contato direto nas inúmeras atividades de que participo, por e-mail e, sobretudo, pelas redes sociais Twitter e Facebook. Agora mesmo na recém-finda campanha eleitoral, travei rico debate acerca das muitas questões polêmicas que envolveram o pleito no Recife, a partir mesmo do surgimento de duas candidaturas oriundas do campo da Frente Popular, incluindo o distanciamento momentâneo entre o PCdoB e o PT.

Recebi mensagens de diversos teores, muitas até em tom agressivo. Dei-me ao prazeroso trabalho de responder mensagem por mensagem, em tom respeitoso e fraterno, expondo meu ponto de vista. Alguns não convenci; a maioria – com certeza – pude atrair para a posição que o PCdoB assumiu, notadamente parcela que considero expressiva de militantes que se diziam filiados ao PT e que, diante de argumentos convincentes, optaram por votar em nossa chapa.

Passado o pleito, cá me vejo prosseguindo o diálogo com internautas – agora tendo como centro questões relativas ao novo quadro político pós-eleitoral e os desafios da futura gestão no Recife. Viva a internet!

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