24 novembro 2012

Obama e o império militarista

No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
Poder assimétrico


A reeleição de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos foi divulgada pelo complexo hegemônico mundial de informação e correias de transmissão nos Países, como uma vitória da paz global e do bom senso.

Com o eleitorado norte-americano literalmente dividido ao meio entre Republicanos e Democratas "os especialistas da grande mídia" concluíram que a resposta do presidente aos estragos provocados pelo furacão Sandy foi decisiva para sua recondução à Casa Branca.

Na campanha mais cara de toda a história dos EUA, Obama gastou um bilhão de dólares, o Republicano Mitt Romney 800 milhões, apesar da crise estrutural que abala a economia da nação devorando dezenas de milhões de empregos.

No Brasil, e no mundo, foi intensa a cobertura obsequiosa da grande mídia hegemônica, com interpretações sem um mínimo balanço dos interesses do País nos aspectos das relações comerciais, econômicas, científicas, geopolíticas, diplomáticas com os Estados Unidos.

Mas através da mídia interna norte-americana sabe-se que para a reeleição além dos bilhões foi decisivo para Obama o apoio às ações militares de Israel contra a Palestina, o Irã, como o sinal verde à corrida armamentista do complexo industrial militar dos EUA na Ásia.

Na verdade estamos diante da famosa Pax Romana sob a liderança de uma espécie de César pós-moderno com um porrete em uma das mãos e uma agenda social global na outra, com o objetivo de criar uma base de apoio ou ao menos a neutralidade de segmentos da população mundial.

Diante da crise econômica, falência da civilização da nova ordem mundial, proliferação de regiões explosivas, insubordinação social crescente, os EUA vão recrudescer as ações militares combinadas com uma maior ofensiva do complexo ideológico-cultural e de propaganda.

Por mais bizarro que possa parecer, esse poder global assimétrico, a lógica imperial, o capital financeiro global, vão levar a humanidade ao aumento dos conflitos armados, intensificação dos mecanismos de desregulamentação das economias, maior perda da autonomia relativa dos Estados nacionais, imensa fragilização no mundo do trabalho.

Assim, torna-se cada vez mais inadiável para a sobrevivência da humanidade, dos indivíduos, a luta pela soberania das nações, o progresso econômico-social, a autodeterminação cultural dos povos, por uma civilização mais solidária, alternativa a essa da barbárie e do totalitarismo.

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