18 agosto 2013

Conjuntura nacional

Editorial do Vermelho:
Sinais favoráveis na conjuntura política

 
Quem apostou que as jornadas de junho apontam para a derrocada da presidenta Dilma Rousseff e para ganhos eleitorais para a oposição neoliberal perdeu feio. Isso é demonstrado pela pesquisa do Datafolha divulgada no último final de semana que mostrou relativa recuperação da avaliação da presidenta no conceito popular. E reflete também a falácia da ilusão pessimista dos pregoeiros do “quanto pior, melhor”, falácia ilustrada pelas boas notícias divulgadas nas últimas semanas, que vão do controle sobre a inflação, do crescimento da indústria, aos números do IDH que mostram a melhora vivida pelo país e pelo povo brasileiro.

Ao lado disso, avolumam-se notícias de irregularidades extremamente graves cometidas durante governos tucanos em São Paulo, e que envolvem somas de dinheiro público muitas vezes superiores às do alegado “maior escândalo da República”, expressão usada pela mídia conservadora para caracterizar o chamado caso do “mensalão”.

Dilma evidenciou os esforços do governo para controlar a inflação. Em julho, o índice fechou a 0,03%, a menor alta desde julho de 2010. E os responsáveis foram as quedas nos preços dos alimentos e nas tarifas dos transportes. O Índice de Preços ao Consumidor Brasil (IPC-BR), registrou inclusive um recuo (deflação) de 0,17% no mês. A indústria também surpreendeu, desmentiu os pessimistas de plantão, e cresceu 1,9% em junho; e, consequência, o Brasil fechou o primeiro semestre do ano com a criação de 826 mil novos empregos com carteira assinada.

A notícia mais positiva foi a divulgação, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), dos dados do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), mostrando um crescimento de 47,5% entre 1991 e 2010. O IDHM geral do Brasil mudou de "muito baixo" (0,493), em 1991, para “médio” (0,612) em 2000, e para "alto desenvolvimento humano" (0,727), em 2010. Hoje, 74% das cidades têm índices “médio” e “alto desenvolvimento”, apenas 25% delas estão na faixa de “baixo desenvolvimento”.

Na outra ponta, o crescimento das denúncias sobre o propinoduto tucano, com base no fornecimento de serviços e equipamentos para o metrô de São Paulo, ajudou a corroer ainda mais o já escasso prestígio do PSDB e da oposição neoliberal. Além de envolver os governos paulistas de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, começam a circular notícias de que a campanha de Fernando Henrique Cardoso para a reeleição, em 1998, teria sido irrigada irregularmente pela multinacional francesa Alstom, envolvida naquele escândalo.

Além de mostrar melhora na avaliação do governo, a pesquisa Datafolha do último fim de semana revela que Dilma, no item referente à intenção de voto, bate todos os demais eventuais postulantes à sua sucessão, passando de 30% para 35%. O tucano Aécio Neves, por sua vez, recuou e tem um terço do índice de Dilma (13%), empatando com o notório cardeal emplumado, José Serra, e o governador pernambucano Eduardo Campos (PSB), não deslancha, ficando com 8%. Quem cresceu foi outra queridinha da mídia conservadora, a sem partido Marina Silva, que obteve 26% das indicações.

É significativa uma forte divisão quando se leva em conta o quesito renda. A aprovação de Dilma Rousseff é muito maior entre quem tem renda de até dois salários mínimos (chega a 41%), e mais baixa entre aqueles de renda mais alta, superior a 10 mínimos (26%).

Isto sugere uma repetição da distribuição do voto na eleição de Lula para o segundo mandato, em 2006, quando os eleitores tenderam a dividir-se entre aqueles de renda maior (e mais favoráveis ao tucano de então, Geraldo Alckmin) e os de renda mais baixa. Esta é outra má notícia para a oposição elitista, conservadora e neoliberal.

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