22 agosto 2013

Médicos cubanos

Carta Maior:
. Nesta quarta-feira, como antecipou Carta Maior, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou o acordo com Cuba para a vinda imediata de 400  médicos ao Brasil. Outros 1.500 profissionais  cubanos desembarcam um pouco mais adiante, até completar quatro mil. A decisão reflete um novo momento do programa ‘Mais Médicos' que, progressivamente, furou o duplo bloqueio da má vontade conservadora e do elitismo corporativista.
. Lançada em oito de julho, a iniciativa ataca fatores emergenciais e estruturais que multiplicam áreas desassistidas no país. O Brasil tem apenas 1,8 médico por mil habitante; a Argentina tem três. O governo quer elevar o índice brasileiro para 2,5 por mil. Precisará de mais  168.424 médicos. As escolas brasileiras formam cerca de 18 mil médicos por ano. Mais de 3.500 municípios aderiram ao programa. O ministro Padilha pretende acudir a emergência com a vinda imediata de profissionais estrangeiros; e corrigir o déficit estrutural incorporando as escolas de medicina à política da saúde pública brasileira. A clínica-geral será incentivada e a residência médica estará vinculada à prestação de serviço remunerado no SUS.
. O acordo com Cuba, bombardeado originalmente, foi revalidado pelo próprio boicote corporativista, que tornou explícita a indiferença das elites em relação aos segmentos mais vulneráveis da população. Foi obra da paciente argúcia política do governo. Hoje, mais de 54% dos brasileiros declaram-se favoráveis à vinda de estrangeiros para socorrer as regiões distantes e periferias conflagradas. Mais que uma vitória isolada, o Mais Médicos descortina uma nova família de políticas públicas, que convoca a universidade a se incorporar ao passo seguinte do  desenvolvimento brasileiro.

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