23 junho 2014

A palavra instigante de Jomard

Montez Magno
BRICOLAGEM de ATENTADOS
Jomard Muniz de Britto, jmb

Como se fosse possível. Comer em faíscas.
Se a historicidade do maio/68 explodiu o mundo
no entrelugar das barricadas e panfletos,
como dialogar com as contemporâneas e
interligadas gerações XYZ ao infinito?
O balanço das REDES nos ACORDANDO para
outro vasto, virtual, visionário e presentíssimo.
Poderes cristalizados padecem de insônia.
E não gostam de sonhos e utopias.
Sejamos então pragmáticos diante da pressa
e depressões mercadológicas?
Pela crise das perguntas e até mesmo
das aliterações de A para Z.
Alterar pensamentos. Zerar o medo e o Mal.
Se a realidade das margens nos remete
às impossibilidades do REAL, da fome mais
febril e da estupidez da morte,
O QUE FAZER sem culpas nem comodismos?
A estética da miséria terceiro mundista ainda
assalta e nos perturba audiovisualmente?
É proibido perguntar, além da estética da fome,
pela transfiguração do sonho?
Nosso século XXI continua mais do que abalado
com o era o dito. Erudição que pode ser desdita
e talvez maldita por boçal e bandido separatismo
in-te-le-c-tu-a-lis-ta?
Precisamos retornar ao LER MUITO PRAZER.
Sem fugir dos fantasmas culturalistas.
As REDES SOCIAIS podem ser mediações:
ver, pensar, desejar, discutir, problematizar.
Experimentar com vontade: mais do que
opiniões apenas impressionistas.
Encarar discursos, poéticas, retóricas,
com todos os questionamentos.
Tudo, quase sempre no singular do plural.
Não ficar confinado no computador.
Ler em voz alta. Escrever manuscritos.
Palavras gerando palavras que possam
argumentar e dialogar: PALAVRAÇÕES.
NOSSOS OSSOS sem o véu das mistificações.
Marcelino Freire escrevivendo coisas abaladas.
Confronto de idéias, desejos, interesses.
Dos intermináveis escravismos aos
desenvolvimentismos TRANScapitalistas.
Aos leitores todas as expectativas de
democratização em luta com todos,
de todas as classes e horizontes do saber.


Recife, junho de 2014.

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