02 fevereiro 2015

Caminhos opostos diante das desigualdades

Vamos ao que interessa

José Bertotti*

Recentemente li uma postagem em alguma das redes sociais que frequento criticando a Presidenta Dilma Rousseff por ter comparecido a posse do Presidente Evo Morales da Bolívia. O comentarista afirma que isso se deu em detrimento da sua presença ao Fórum Econômico Mundial de Davos. Segundo ele a Presidenta dá as costas ao mundo que deu certo e prefere prestigiar a periferia do mundo.
Eu não tive a oportunidade de comparecer nem a posse do Presidente Evo Morales nem ao Fórum de Davos. No entanto, nas rápidas leituras diárias que realizo para manter-me minimamente informado do que ocorre em nosso pequeno planeta, tomei conhecimento de uma pesquisa realizada pela organização inglesa Oxfam, divulgada justamente em Davos.
Essa pesquisa informa que atualmente em nossa aldeia global a parcela que representa o 1% mais rico da população acumula mais riqueza que os outros 99%. Um outro dado ainda mais impactante do que significa essa acumulação de poder e riqueza identificou que as setenta pessoas mais ricas do mundo acumulam mais riqueza do que três bilhões e meio de pessoas, ou seja, mais riqueza do que possui metade da população mundial.
Diante de uma situação como essa fica absolutamente impossível considerar que esse mundo regido pelo capitalismo e hegemonizado pelas idéias neoliberais deu certo. Essa acumulação vem sendo aprofundada ao longo dos anos e a recente crise mundial apontou como remédio mais arrocho salarial e diminuição de direitos dos trabalhadores em todo o mundo, enquanto que, para grandes bancos e financeiras mundiais, generosos aportes foram articulados para salvar seus ativos. Além disso, os pagamentos dos executivos responsáveis por balanços fictícios continuaram sendo pagos, recebendo seus dividendos e participação “nos lucros” referentes ao socorro recebido por suas instituições.
No mesmo planeta, mas no lado da periferia, ou seja, segundo opinião do comentarista acima citado, aquele que não deu certo, podemos citar o exemplo brasileiro. Por aquiiniciou-se um processo de retirada de milhões de pessoas da miséria através da criação de milhões de empregos e da implementação medidas de cunho social para que educação, saúde e melhoria das condições de moradia pudessem alcançar aqueles que nunca tiveram essa oportunidade. Isso tudo feito num ambiente de crise mundial.
De fato considero que esse é o debate que interessa a todos que habitam esse planeta que chamamos de lar. Vamos parar no meio do caminho ou vamos continuar lutando pela construção deuma nova sociedade, esse debate está em curso. Penso que no caso brasileiro nosso povo deu um indicativo quando reelegeu a Presidenta Dilma Rousseff para mais quatro anos de mandato mantendo seus compromissos e incorporando novos desafios, um dos quais será elevar nossa competividade e nossa produtividade melhorando as condições de vida dos milhões de novos trabalhadores incorporados em nosso mercado de trabalhonas milhares de novas empresas criadas nos últimos anos.
*Químico, ex-secretário estadual de Ciência e Tecnologia
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