12 março 2015

Defender o governo Dilma

O  fio da meada nesta sexta-feira 13

Luciano Siqueira

Em qualquer esfera da vida, quando a dispersão impera e os acontecimentos parecem conduzidos pelo desencontro e pela confusão, achar o fio da meada é o ponto de partida para seguir em frente.

Na cena política, mais ainda - como nesse instante da vida nacional.

Nem se completaram três meses do novo mandato da presidenta Dilma, o ambiente se faz tumultuado.

Repetem-se, com traços atuais, episódios recorrentes em nossa História, quando a possibilidade de mudanças de envergadura vem à tona, tendo como alvo o governo central. As elites retrógradas, derrotadas nas urnas, tentam subverter a ordem estabelecida.

Com Juscelino foi assim e igualmente com Jango, nos desdobramento da crise motivada pela renúncia de Jânio Quadros.

No primeiro governo Lula, idem.

Agora, as oposições, sob o comando do “partido midiático”, insistem na continuidade do chamado terceiro turno e elevam o tom, fomentando a ideia do impeachment da presidenta Dilma, que sem fundamento legal e motivação objetiva, configura golpe. Tentam inviabilizar o governo e interromper o ciclo de mudanças iniciado em 2003.

Isto temperado pelo ódio, que reflete – como bem observa Leonardo Boff – o inconformismo dos segmentos mais retrógrados, que influenciam parte da “classe média” (vide o “panelaço dos de barriga cheia”), diante da ascensão social de mais de quarenta milhões de brasileiros antes submetidos a condições miseráveis ou de extrema pobreza.

O governo, por seu turno, carece de uma linha de conduta clara que torne compreensível pelo povo o conjunto de medidas recém-adotadas, sobretudo o ajuste fiscal; e reage timidamente à guerra midiática destinada a fazer crer, forçando a barra, que a presidenta Dilma teria sido conivente com os ilícitos revelados pela Operação Lava Jato.

Nessa quebra de braço, um elemento indispensável há de ser a voz das ruas – via movimentos sociais – que reforce a defesa das conquistas alcançadas e o prosseguimento das transformações em curso, para além de interesses corporativos imediatos, que embora legítimos, não podem obscurecer a defesa da nação e da democracia.

O embate é intenso, acirrado e de consequências neste momento imprevisíveis.

Onde está o fio da meada?

Está na defesa do governo Dilma, eleito pela maioria dos brasileiros em outubro e expressão concentrada da ordem constitucional.

Nas manifestações desta sexta-feira, esta é a questão central, à qual se ajuntam o verdadeiro combate à corrupção e a defesa da democracia.

(Publicado no portal Vermelho e no Blog de Jamildo/portal NE.10)

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