09 julho 2015

Resistência necessária - e imediata

Questão de peso e medida - e de ação concreta

Luciano Siqueira, no portal Vermelho

O que dá pra rir, dá pra chorar/Questão só de peso e medida/Problema de hora/E lugar... – ensina a canção de Billy Blanco.
Depende de como a gente enxergue o que acontece e, na política, de como reage.
Domingo passado, na Convenção Nacional do PSDB, oradores credenciados, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, elevaram o tom em suas pretensões golpistas e o senador Aécio Neves se autoproclamou preparado para assumir a presidência da República a qualquer momento (sic).
Quem visita a história republicana brasileira identifica na algazarra tucana a tentativa de repetir, bem à moda da velha UDN, episódios nefastos de quebra da ordem constitucional como último recurso da elite dominante derrotada nas urnas. Como se Dilma fosse Getúlio, em 1954, ou Jango, dez anos após.
Ou seja, o choro dos que perderam mais uma vez em 2014 pouco a pouco se converte na pretensão desmedida de uma revanche a todo custo, mesmo ao arrepio da legalidade vigente.
Isto numa situação momentaneamente difícil para o governo da presidenta Dilma, sob bombardeio midiático e amargando a dispersão e sua base político-partidária, pode levar os golpistas a acreditarem que está chegando a hora do assalto ao poder.
Mas, como assinala Renato Rabelo, “eles não estão levando em conta, como sempre, a força das massas trabalhadoras e populares, ainda reduzida e aparentemente imóvel. Mas, uma lei objetiva da luta social comprova que as grandes mobilizações do povo irrompem através de um detonador muitas vezes imprevisível. O golpe ou sua incessante tentativa pode incendiar a “lenha seca”.
Pode ser.
Será, se além dos pronunciamentos incisivos na Câmara e no Senado, das declarações de ministros e governadores e da peleja no terreno das ideias escritas na rede midiática democrática e popular (incluindo as redes sociais), partidos, grupos políticos independentes, personalidades, lideranças populares e instituições do movimento social se articularem concretamente em defesa da democracia.
Nesse sentido, todos os caminhos podem dá na bodega, como diz o nosso povo. Desde que militantes e ativistas esclarecidos, combativos e hábeis saibam relacionar pequenos e médios conflitos localizados e setoriais com a luta nacional.
A população beneficiária das conquistas alcançadas nos últimos doze anos, uma vez compreendendo que o golpe viria para bloquear em definitivo seus interesses e anseios fundamentais, ganhará consciência e ânimo para reagir.
A resistência, portanto, há que se fazer na esfera da “grande política” e pela base da sociedade, levando a convergirem todas as energias num mesmo rumo: a defesa do mandato da presidenta Dilma e da democracia, dos interesses fundamentais dos trabalhadores e da retomada do desenvolvimento do País.
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