28 setembro 2015

Um filme instigante

“Que horas ela volta?” é um filme a que se assiste em agonia. Em sua delicada arquitetura, cheia de nuances muito complexas, exprime-se, em processo cotidiano, o tecido social brasileiro. A forma com que dialoga com o espectador é tão aguda que é difícil se entregar ao luxo do descomprometimento. Ao plasmar ficcionalmente uma situação que nos é cotidiana, torna impossível deixar de conscientemente perceber que ali na tela estamos nós mesmos, bem como parte da história brasileira que vivemos. Realidade e seu reflexo passam a ser um amálgama só, partilhando de uma linguagem comum, trivial e estruturante de psiquismos e movimentos da nossa sociedade. Daí o incômodo, a náusea, a inquietação que o espectador, mesmo o mais insensível, experimenta ao longo das quase duas horas de projeção. Se rimos é de nervoso, se choramos, é de comprometimento. (No portal da Fundação Maurício Grabois).
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