08 outubro 2015

A liberdade de ser

Faça amor, não faça chapinha

Jade Oliveira

A ditadura da beleza lisa é tão forte, pra alguns, que tem gente que já cresce com os termos "cabelo bom" e "cabelo ruim" no vocabulário. Engraçado é pensar em uma tabela que separa os tipos de cabelos em "bons e ruins", como se fossem algum tipo de objeto que precisasse ser avaliado. Essa distinção, além de absurda e preconceituosa, é limitadíssima, afinal, perde de ver beleza nos detalhes mais bonitos de cada um. Porque, no fim das contas, a singularidade e a beldade não estão no fato de ter madeixas do tipo X ou Y, mas sim na atitude de aceitar os fios do jeito que são. Demorei horrores (infelizmente) pra aceitar meus caracóis, e hoje digo que não tem nada mais gostoso do que parar de lutar contra algo que faz parte de você. Afinal, cachos são muito mais do que estética, são resistência e excentricidade em sua mais pura forma. Torço muito por um mundo com mais aceitação, mais autenticidade, mais respeito, e claro: Mais amor e menos chapinha.

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