10 outubro 2015

Prioridades da defesa nacional

Aldo Rebelo defende projetos estratégicos

Na cerimônia de passagem de cargo do Ministério da Defesa, Aldo Rebelo prometeu apoiar “cada uma das agendas estratégicas das Forças”. A solenidade ocorrida nesta quinta-feira (8), pela manhã, no Clube Naval de Brasília (DF), foi marcada pela assinatura do Livro de Transmissão de Posse pelo ministro que deixou o posto, Jaques Wagner, recém-empossado como chefe da Casa Civil da Presidência da República, e pelo novo titular.
Rebelo citou nominalmente projetos como o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), da Marinha; o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), do Exército; e o FX-2 para aquisição dos caças Gripen da Aeronáutica, ressaltando a importância deles para o fortalecimento da soberania brasileira. E completou: “Desejo assumir, também, alguns compromissos, como a valorização institucional da agenda da Defesa, no sentido de buscar, na sua dimensão civil e militar, a legitimação e a legitimidade junto ao Poder Executivo, Legislativo e à sociedade”.
Em solenidade concorrida, Aldo Rebelo enalteceu a história de fundação das Forças Armadas e fez questão de elencar algumas conquistas das três instituições. No caso da Marinha, destacou a Batalha do Riachuelo. “Ali, ao vencer a Armada Paraguaia, o Brasil e a Força Naval abriram caminho para o progresso das forças terrestres”, disse. Prometeu, ainda, atualizar o Projeto Nacional de Domínio do Ciclo Nuclear, além de “lutar para preservar a capacidade operacional da nossa Esquadra”.
Já para o Exército, ressaltou que a Força nasceu nos idos do nacionalismo do País. Citou o “Exército da luta pela independência, que nos deu essa heroína única de convicções e de bravura, Maria Quitéria. O Exército de Duque de Caxias e da consolidação da República”. De acordo com o ministro, não era preciso fazer mais referências “a esta instituição para atualizar a memória da sua importância e dos seus compromissos com o Brasil”.
Por fim, sobre “a mais jovem das Forças”, a Aeronáutica, lembrou que aviadores brasileiros “deixaram nos céus da Europa o tributo de sangue para que o mundo vivesse em liberdade”. “À Força Aérea, nós devemos o Correio Aéreo Nacional, que era muito mais que correio. Era a instituição integradora de um País sem logística, separado pelas distâncias”, lembrou.    
Recursos - Também na cerimônia, o ministro Aldo Rebelo comprometeu-se a trabalhar para que uma parte dos recursos oriundos do fundo social do pré-sal (dos 50% restantes ainda não regulamentados) seja destinada para as Forças Armadas. À frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Rebelo negociou com o governo federal para que o sistema de ciência e pesquisa recebesse parte desses recursos. “Vou propor que as Forças Armadas também tenham uma participação”, acrescentou.
Rebelo deixou claro que está ciente do tamanho da responsabilidade em chefiar a pasta. “É uma alegria poder encontrar um Ministério da Defesa com agenda compatível com os interesses do Brasil e com o fortalecimento desta instituição. Sei do que pesa sobre meus ombros ao conduzir os destinos, ao liderar a perspectiva e o futuro dos seus servidores civis e suas instituições militares”, salientou.
O ministro finalizou seu primeiro discurso como Ministro da Defesa enaltecendo o trabalho da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. “O Brasil precisa de Forças Armadas que correspondam aos desafios geopolíticos. Precisa ter Forças compatíveis com o seu tamanho.”
Entrevista - À imprensa, dentre outros temas, Aldo Rebelo falou sobre a revisão dos documentos que norteiam as políticas do Ministério. “Embora tenham grande fundamento e sentido de permanência, eles precisam de atualização, como toda normatização de política pública”.
Sobre o impacto do ajuste fiscal na pasta, o novo ministro da Defesa disse que vai lutar para preservar os programas estratégicos. “Vou trabalhar com a adaptação à escassez de recursos, que já foi projetada pelo meu antecessor, Jaques Wagner, e procurar recompor o orçamento do Ministério. Além disso, buscarei meios não apenas para solucionar demandas imediatas, mas para dar continuidade e permanência ao orçamento, para que ele não fique sujeito à sazonalidade dos momentos da economia do País”, destacou.
Em relação ao fato de pertencer a uma sigla partidária de esquerda, lembrou que tem compromisso com o País, na defesa e soberania do Brasil. “E é assim que assumo o Ministério da Defesa. Não tenho outra finalidade, a não ser servir ao Brasil, via a função que me foi confiada pela presidenta da República”.
Na conversa com os jornalistas, Aldo Rebelo também lembrou de sua origem alagoana e dos heróis da terra: “Sou alagoano de nascimento, paulista adotivo com muita honra, onde fiz toda a minha trajetória política. Tenho por São Paulo uma dívida de gratidão pelo acolhimento político e social que recebi, e por Alagoas, os laços sentimentais”.
Solenidade - Na transmissão de cargo dessa quinta-feira, o agora ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, despediu-se da Defesa, após nove meses à frente do órgão. “Para mim, este não é um momento de alegria. Deixo o ministério com o sentimento e dever não cumprido”, disse.
Emocionado, Wagner relembrou os tempos de aluno do Colégio Militar do Rio de Janeiro e reafirmou “o profundo respeito às três instituições”. Ele repassou, ainda, alguns feitos de sua gestão e importantes missões que teve a oportunidade de conhecer, de perto, como o trabalho dos brasileiros no Haiti. “Vi a combinação entre empatia e profissionalismo lá.”
Acompanharam a cerimônia os comandantes da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira; do Exército, general Eduardo Dias Villas Bôas; e da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato; além do chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos De Nardi, dentre outras autoridades civis, militares, parlamentares, embaixadores e adidos.
Por Marina Rocha e Alexandre Gonzaga - Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
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