27 novembro 2015

Choque de civilizações

Cenário conturbado

Eduardo Bomfim, no portal Vermelho

Já se disse que nos tempos recentes não estamos presenciando exatamente um choque de civilizações, mais parece um choque de ignorâncias, com a velocidade das novas tecnologias somos expostos a todo tipo de informação sempre oriunda das mesmas fontes.
Assim é impossível ignorar o papel da grande mídia global na difusão dos fatos, interpretações, na promoção de fenômenos artificiais, a maneira como difunde “consensos” que são na maioria dos casos, evidentes projetos hegemônicos a serviço do capital financeiro internacional.
Sem dúvida, estamos presenciando uma época em que o Mercado rentista atingiu um poderoso espectro de domínio ideológico, financeiro, político, militar, em instância planetária, apesar do crescente protagonismo das nações emergentes que se colocam como alternativa real à geopolítica unipolar dominante há algumas décadas.
De tal maneira que esse novo campo multilateral da geopolítica mundial encontra-se permanentemente sob a contradição de força ascendente e ao mesmo tempo vive sob fogo cerrado de ataques do bloco dominante que por sua vez afunda-se cada vez mais em problemas gravíssimos, insolúveis.
Que vão da crise financeira crônica, os tormentos sociais do mundo do trabalho nos vários continentes, guerras de rapina, flagelos agudos como o dos milhões de refugiados rumo à Europa, terrorismo, desemprego massivo e acima de tudo a ausência de qualquer perspectiva aos povos.
É nesse cenário, muito resumidamente, que as lutas sociais, pela soberania das nações, se digladiam contra o permanente discurso autoritário, quando não neofascista, de uma pós-modernidade artificial, que nada mais tem a oferecer à humanidade, até porque jamais tiveram o que apresentar de alvissareiro às sociedades.
Trata-se de um terreno movediço, onde a luta de ideias adquire importância decisiva. E exatamente por isso o discurso hegemônico procura descaracterizá-la, criminalizá-la, quebrar a força cativante que as grandes causas adquirem quando atingem os corações e as mentes das sociedades.
Particularmente quando assimiladas como força motriz de um projeto nacional soberano, democrático, de desenvolvimento estratégico para nações fundamentais como o Brasil onde a luta política impõe-se como decisiva. Essa é a grande questão, inadiável, desses tempos conturbados.
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