11 novembro 2015

Olinda e Recife em 2016

Vasos comunicantes

Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo/portal NE10
Ontem, em entrevista que concedi a uma repórter interessada em desvendar semelhanças e diferenças entre a crise política atual e outras crises ocorridas na história recente do Brasil, ao final a pergunta recorrente: "É verdade que as eleição no Recife passará pela de Olinda?"
O sentido da indagação é claro: se em Olinda um aliado estratégico do PCdoB - o PSB - ensaia uma pré-candidatura a prefeito, por consequência a coalizão entre os dois partidos estaria ameaçada no Recife?
É claro que as relações entre partidos aliados são afetadas, positiva ou negativamente, por eventos e atitudes registradas não apenas em cidades vizinhas, mas em outras partes - sobretudo no caso D o pleito de 2016, que tem status de prioridade estratégica.
O Recife é uma prioridade do PSB.
Olinda é uma prioridade do PCdoB. 
Mas não dá para resumir a vida num samba curto, como nos ensina Paulinho da Viola. 
Influências mútuas há; inclusive porque existe uma espécie de vasos comunicantes entre as campanhas eleitorais nas duas cidades.
Mas atrelar uma a outra no desenho das alianças não parece correto. O pleito municipal é, aqui e pelo Brasil afora, um fato político essencialmente local. E, seja pela caleidoscópica realidade partidária, seja pela dinâmica social, política e cultural própria de cada cidade, não cabe engessar as alianças eleitorais.
Via de regra siglas que adotam postura conservadora em plano nacional ou estadual, numa cidade determinada assume feições completamente diversas. Subproduto  da carência de partidos nacionalmente unos e da legislação eleitoral que conspira contra partidos programáticos.
Nessas circunstâncias, não cabe enquadrar a multifacetada realidade política municipal num gabarito, impondo-lhe uma rigidez artificial.
O "caso" Recife-Olinda, cá na província, é emblemático. E dá azo ao exercício do equilíbrio e da sensatez - de que nesse conturbado cenário atual tanto se necessita.
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