25 fevereiro 2016

Debater e resistir

Nossa sina, nosso rumo

Luciano Siqueira, no portal Vermelho

Não está fácil, amigos: as vinte e quatro horas do dia, por todas as mídias, a ofensiva da direita é total. Feito operação militar de cerco e aniquilamento.
O mote inarredável é: o Brasil vai inevitavelmente para o buraco, a culpa é da presidenta Dilma, as finanças públicas estão falidas porque o PT roubou as estatais e até o galinheiro do vizinho!
Tem comentarista de rádio que começa assim: “Este é mais um caso de deterioração de nossa economia, vou explicar... Mas é preciso dizer logo: a culpa é do governo” e por aí vai.
A crise global, para estes, é como se não existisse. Toda a desgraça se passa tão somente aqui.
Os jornais trazem em si um defeito congênito: abandonaram a notícia e se assumiram propandista das oposições e do mau humor.
Ora, que tomem partido e façam a campanha oposicionista que optaram por fazer. É lamentável mas até compreensível, desde que o fizessem com um mínimo de honestidade intelectual e respeito pelo leitor, telespectador, ouvinte, internauta.
O consolo é que, dialeticamente, não se afirma consistentemente uma opinião sem confrontá-la com o seu oposto. Essa cantilena parcial e monocórdica tem alcance limitado na formação da consciência social.
Basta lembrar que o consórcio tucano-midiático perdeu quatro eleições presidenciais seguidas, a despeito do grandioso e sofisticado aparato mobilizado.
Impõe-se o desafio da luta no terreno das ideias.
Ao militante do PCdoB, então, essa luta implica pauta ampla, complexa e ao mesmo tempo passiva de ser abordada de modo compreensível.
Vai desde a peleja pelo socialismo com feição teórica e política atualizada ao exame dos fatos cotidianos, passando pela defesa da democracia e do mandato da presidenta Dilma, sem entretanto abrir mão de nossa opinião crítica.
Defender e desenvolver a teoria marxista é uma exigência da época atual - proclamou João Amazonas em artigo na revista Princípios número 20, em plena débâcle da ex-União Soviética.
O militante há de viver pedagogicamente, a partir da experiência concreta do dia a dia, junto ao povo, a aventura de conectar fatos locais com o que ocorre em âmbito nacional, identificando nexos e revelando o sentido geral dos acontecimentos – ensinava Lênin.
Enfim, amigos, a luta no terreno das ideias é hoje indispensável e decisiva, ao lado da luta social propriamente dita e da ação nas diversas instâncias que convencionamos chamar “institucionais”.
Escrever é preciso. Debater é preciso. Esclarecer é preciso. Mobilizar é preciso.
Resistir agora, juntar forças e passar à ofensiva adiante. É a nossa sina e o nosso rumo.
Nas redes, nos salões e nas ruas.
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