24 fevereiro 2016

Encarando as dificuldades

Palavra altiva em tempo de crise

Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10

Dias atrás, em artigo no jornal O Globo, Paulo Nogueira Batista Jr., vice-presidente do Novo Banco de Investimento, advertiu sobre o pessimismo exagerado predominante na cena brasileira, em face da crise atual.
Segundo ele, “o país, que há poucos anos era um sucesso internacional, parece ter perdido a autoconfiança definitivamente. Esquece seus pontos fortes e proclama aos quatro ventos seus pontos fracos. E, pior, demonstra satisfação masoquista em proclamá-los. Em outras palavras, o complexo de vira-lata voltou com força total. Era de se esperar. Um complexo assim secular não se supera num passe de mágica, em poucos anos de sucesso.”
Ora a crise é global, pior do que a grande débâcle de 1929, entra em sua quarta fase, atinge duramente os países emergentes, inclusive o Brasil. Exige análise multilateral e, sobretudo, atitude combativa.
Ontem, no Recife, na solenidade de posse do novo presidente da seção regional do Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva), tivemos uma mostra dessa atitude aguerrida tão necessária.
O presidente empossado, empresário Pedro Pereira, em seu discurso – uma peça consistente e de elegante estilo – após registrar a gravidade da situação econômica atual, que atinge inclusive o setor (38.601 postos de trabalho extintos em todo o país em 2015), sugeriu a seus pares “não vestir a roupa da crise”.
Para Pedro, “deixar–se levar pelo redemoinho que a crise causa é se entregar às suas consequências, permitindo que destrua os nossos ativos pessoais,familiares,profissionais, empresariais e sociais.”
“Vamos aproveitar a crise como uma grande oportunidade para criar soluções inovadoras, deixar morrer o velho e suas mazelas para que o novo surja pujante em outro patamar de evolução dos preceitos econômicos, ambientais, sociais, empresariais, profissionais e pessoais.”, disse ele.
E a palavra do presidente do Sinaenco não é apenas retórica.
Ele anunciou ontem a instituição do Concurso “Projeto de Intervenções Urbanas Não Solicitadas”, destinado a “lançar um olhar para a cidade do Recife e propor projetos de intervenções urbanas com foco em dois cenários: na estruturação de espaços urbanos para práticas esportivas, de lazer e de educação, visando a transformação social da comunidade do seu entorno; e na melhoria da mobilidade urbana e transformação de Recife numa cidade mais saudável.”
Serão premiados os três melhores projetos, segundo avaliação criteriosa, em parceria com o CREA e o CAU.
Um belo exemplo de atitude proativa.
Um sinal de compromisso com o desenvolvimento de uma cidade mais humana -  economicamente progressista, fisicamente organizada e socialmente justa.
De fato, ao invés de “vestir a roupa da crise”, cabe a cada um contribuir para superá-la, contornando a instabilidade política e unindo forças pela retomada do crescimento econômico a partir da correta exploração de nossas imensas potencialidades.
Leia mais sobre temas da atualidade: http://migre.me/kMGFD

Nenhum comentário: