17 fevereiro 2016

Solidez científica

Marx e Einstein e os desafios atuais

Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10

Karl Marx e Albert Einstein têm suas teorias reafirmadas com o tempo. 
A Teoria da Relatividade Geral, que há cem anos celebrizou Einstein, recentemente teve sua validade comprovada por cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) e do Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT), demonstraram a existência de ondas  gravitacionais, detectando-as através de interferômetros.
Segundo Einstein, as ondas gravitacionais são “vibrações no tecido do universo”, ondulações à velocidade da luz no espaço-tempo, provocadas por interações entre corpos com massa. Feito o que a gente vê quando solta uma pedra sobre uma poça d’água em repouso: aqueles círculos concêntricos que se formam se assemelham a vibrações decorrentes da aceleração nos movimentos dos corpos celestes.
Por aí se podem explicar importantes fenômenos, como a gravidade e a existência dos denominados "buracos negros", zonas do espaço que não emitem radiações magnéticas.
Nessa mesma linha, o Projeto Open Syllabus, que ranqueia os livros mais solicitados em universidades dos EUA, confirma "O Capital", de Marx em terceiro lugar, antecipado apenas por uma obra sobre a língua inglesa, "Elementos do estilo", de William Strunk, e por "A República", de Platão.
O fato é que, desde a eclosão da atual crise econômica e financeira global, em 2008, submetendo a verdadeiro vendaval a economia norte-americana e a dos países mais desenvolvidos da Europa e o Japão, a obra clássica de Mark passou a ser lida e relida por estudiosos das mais diversas correntes fisiológicas e escolas econômicas mundo afora. 
Em “O Capital”, na sexta década do século 19, o filósofo e militante alemão desvendou os mecanismos essenciais do capitalismo, sem lhe negar a condição de salto adiante na evolução da Humanidade, superando o feudalismo; mas, ao mesmo tempo, indicando suas contradições intrínsecas, geradoras de crises cíclicas, a caminho de sua própria negação, passando a reclamar, historicamente, o advento de um sistema superior. 
Os fundamentos mais profundos da crise atual, mais severa do que a grande débâcle de 1929, são encontrados na obra de Marx.
E não há sinais de que crise global tenha encontrado uma saída. Ao contrário, se aprofunda e na fase atual atinge duramente os grandes países emergentes, incluindo a China e o Brasil.
A miopia e a tergiversação reinantes na cena política é que rebaixam o debate sobre os impasses da economia brasileira, "fazendo de constas" que o que acontece aqui não se relaciona intrinsecamente com o que se passa no mundo.
Tema para abordagem científica, e não apenas para análises meramente conjunturais, imediatistas e ligeiras. Tal como os fenômenos físicos e astronômicos, nos quais é preciso mergulhar, à luz da ciência, para compreender os desafios da sustentabilidade ambiental e da preservação da vida no Planeta.
Einstein e Marx continuam atuais, sim. E suas teorias científicas servem de base e de referência para a correta compreensão do que se passa hoje.
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