20 julho 2016

Dialogar é preciso

Do panfleto clandestino às redes sociais
Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10

Ilustração:P3K Comunicação 
Sou de um tempo em que fazíamos panfletos contra a ditadura militar no mimeógrafo, sob rigorosa clandestinidade, e de madrugada íamos às portas das fábricas distribuí-los, correndo o risco de sermos presos — como efetivamente, algum tempo depois, aconteceu com muitos de nós.
Daí a minha adesão entusiasta às redes sociais desde que elas surgiram. 
Em fração de segundos nossas mensagens chegam a milhares de pessoas. 
Artigos que publico neste Blog do Jamildo e congêneres os reproduzo em meu blog e os ofereço aos amigos e seguidores em links no Facebook, Twitter e WhatsApp.
O retorno é sempre amplo e generoso.
Dá-se assim um diálogo enriquecedor e em tempo real.
Claro que tanto nos espaços que os blogs destinam a comentários de leitores, como na comunicação fácil e semi anônima das redes sociais, aqui e acolá esse diálogo é afetado pela intolerância e pelo desaforo.
É quando a polêmica sempre bem-vinda e necessária à convivência democrática sofre interferência negativa dos que ainda não aprenderam a conviver com as diferenças.
Mas isso está a anos luz de distância de enfraquecer e contaminar o bom uso das redes sociais e dos blogs.
O fato é que qualquer cidadão ou cidadã que deseje expressar a sua opinião o faz livremente em seu próprio espaço, usando sua "tribuna”.
Uma ferramenta em certa medida poderosa, desde que hajas aderência na realidade concreta.
Melhor dizendo: jamais o Twitter e o Facebook ou o WhatsApp "promoverão" manifestações populares de grande dimensão, como se pretendeu quando da chamada Primavera Árabe. Como se fosse possível que a inclinação subjetiva de alguns pudesse, num passe de mágica, através das redes, produzir em milhares uma vontade coletiva de ocupar as ruas erguendo bandeiras de luta.
Porém, de pronto, estudiosos do assunto reconhecidamente qualificados se apressaram em esclarecer que o que ocorria no Oriente Médio era uma insatisfação social que se acumulava há algum tempo, que nem fogo de monturo. E não o inverso. Daí a insurgência nas ruas.
De toda forma, o "panfleto" eletrônico e o debate nas redes ocupa hoje um lugar privilegiado na comunicação política. 
Há até a expectativa de que na campanha eleitoral que se avizinha os tradicionais impressos sejam relegados a um papel muito secundário, substituídos, sobretudo, pelo WhatsApp e pelo Facebook. Com larga vantagem, tanto pela instantaneidade da comunicação como pela possibilidade de diálogo com o eleitor - sem, entretanto, dispensar o contato direto com as pessoas.
Que sigamos todos vivendo a construção coletiva das ideias e a atitude proativa, segundo as convicções de cada um - nas redes, nos salões e nas ruas. Democraticamente.
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