25 agosto 2016

Fio da História

24 de agosto
Eduardo Bomfim, no portal Vermelho
No dia 24 de Agosto de 1954 o presidente Getúlio Vargas cometia suicídio em resposta à terrível onda reacionária que se abatia contra o seu governo.
Decorreu imensa revolta da população que foi às ruas em ondas de protestos incontidos nas cidades do País, especialmente no Rio de Janeiro, acuando a reação e a grande mídia, sustando um golpe urdido por figuras políticas do udenismo de então, cujo expoente era o governador da Guanabara, hoje Estado do Rio de Janeiro, Carlos Lacerda.
Lacerda foi o agitador central contra Getúlio com o chamado “mar de lama” em que teria se transformado o governo, tática usada porque não conseguia o respaldo popular nas urnas para ganhar as eleições presidenciais e nos principais Estados da federação.
Arquitetou-se uma campanha golpista diária, apoiada pela grande mídia, para depor Getúlio Vargas, sob o pretexto do resgate da moralidade por notórios corruptos abertamente financiados, inclusive por grupos internacionais.
Mas na verdade o xis da questão era a política em defesa dos interesses nacionais e dos trabalhadores tais como a Consolidação das Leis do Trabalho, pesados investimentos nas indústrias de base estratégicas, a exemplo da Siderúrgica de Volta Redonda, Vale do Rio Doce na mineração, a Petrobrás, política nacional de saúde e educação públicas, o BNDES, Eletrobrás, salário mínimo, voto feminino, inúmeros projetos em infraestrutura etc.
Contra tais medidas insurgiram-se poderosas forças opostas à soberania do País, aos direitos dos trabalhadores. Mino Carta editor da revista Carta Capital afirmou que de lá para cá tivemos presidentes ruins, razoáveis ou excelentes, mas um único estadista, Vargas.
FHC disse que uma das suas metas era enterrar o legado de Getúlio. Em vão. Outros tentaram contornar o que foi de positivo, estratégico ao contínuo histórico da nação em sua gestão.
Hoje frente ao golpe em curso contra Dilma Rousseff há lições Históricas a serem extraídas. A democracia no Brasil jamais será consolidada com a primazia do capital financeiro, do oligopólio midiático diante dos interesses do País.
A outra constatação é que cabe às forças democráticas, patrióticas a constituição, via política concreta, de um projeto de desenvolvimento estratégico que retome os rumos do País. Sem o qual ele ficará à deriva, desnorteado.

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