14 dezembro 2016

Queda ou agonia

A crise: três hipóteses
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
Amargando impopularidade recorde, afundado na crise econômica e nas consequências nefastas de suas medidas recessivas, gradativamente abandonado pelo complexo midiático golpista e citado por mais de 40 vezes em delações premiadas envolvendo propinas de empreiteiras, Michel Temer parece encolher sorumbático em sua figura vampiresca.
Que destino o aguarda?
Ha três hipóteses quem emergem no atribulado quadro político.
1) Inviabilizado politicamente e beirando a desmoralização pública, Temer renuncia até 31 de dezembro, dando ensejo à realização de eleições diretas para presidência da República.
2) Numa jogada bem urdida e calculada pelo PSDB com apoio do “centrão” fisiológico, Temer sofre impeachment, possibilitando a realização de eleição indireta com o novo presidente eleito pelo atual Congresso Nacional.
3) Mesmo se arrastando que nem morto vivo, Temer consegue o apoio necessário do PSDB e do “centrão” e cumpre mandato até o fim, em 2018.
A primeira hipótese parece a menos provável. O governo Temer não apodreceu ainda o suficiente para acabar.
A segunda hipótese talvez não seja do agrado dos tucanos, por preferirem que o atual presidente faça o jogo sujo imposto pelo figurino neoliberal sem que o partido da Avenida Paulista se desgaste diretamente. Porém não está fora do radar, depende da capacidade do próprio Temer e seu grupo palaciano respirarem por aparelhos por mais dois anos.
Por enquanto, pois, a terceira hipótese ainda é a mais provável. Nela, o núcleo político dirigente da regressão neoliberal (o complexo midiático + PSDB) transitará pisando em ovos para evitar se comprometer formalmente com a desgraça em curso e, assim, se preparar para as eleições diretas em 2018.
Às forças perfiladas na oposição cabe seguir a resistência às políticas regressivas e construírem uma plataforma de unidade que lhes permita disputar com possibilidade de êxito o próximo pleito presidencial. Não está fácil, mas não é impossível.
Entrementes, as bandeiras fora Temer e eleições diretas já seguirão funcionando como referência no sentido de demarcar campos e sensibilizar gradativamente parcelas expressivas da população.

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