10 janeiro 2017

Sem futuro

Ciência depreciada
O orçamento de 2017 para ciência apresenta um enorme corte que precisamos reverter, escreve Soraya Smaili na CartaCapital.

Não é necessário muito para verificarmos que entre os temas mais importantes da atualidade na área científica estão os estudos para o desenvolvimento de vacinas e medicamentos para cura ou tratamento das doenças que assolam a humanidade, as pesquisas genômicas com o objetivo de entender e curar doenças atualmente incuráveis (cada vez mais frequentes), como o câncer ou o Mal de Alzheimer.
Há também os grandes avanços em informática e comunicação, como as novas metodologias 5D, a nanotecnologia e os novos materiais que podem substituir a pele humana e outros tecidos, além das fantásticas descobertas sobre a origem da espécie, a origem e a observação para a compreensão do universo.
Cada vez mais as grandes potências investem em ciência e tecnologia, bem como nas grandes áreas, dentre estas, os estudos sobre câncer, envelhecimento, segurança alimentar, energias renováveis, água e qualidade de vida.
Toda nossa inteligência e capacidade interdisciplinar têm se voltado para estes assuntos dentre outros tão importantes, mas que visam atingir maior qualidade de vida ou a conservação da espécie.
No Brasil, não foi diferente. Nosso sistema de ciência e tecnologia se desenvolveu ao longo de todo o século XX, embora os investimentos tenham sido sempre menores do que a nossa necessidade populacional e de desenvolvimento.
Mesmo assim, houve grandes avanços na área da Medicina, Física, Antropologia, Geografia, Astronomia e Sociologia.
Não raro, cientistas brasileiros figuram entre os maiores e mais proeminentes do mundo, apesar da falta de condições favoráveis para o desenvolvimento de pesquisas, que vão desde de poucos recursos até a falta de pessoal ou de infraestrutura.
O cientista brasileiro é antes de tudo um malabarista, que se destaca por sua simplicidade criativa, capacidade de interagir e compartilhar, aliada a uma invejável interdisciplinaridade natural.
Uma pesquisa recente mostrou que alguns dos cientistas brasileiros têm excelente destaque nas áreas de novos materiais e Biomedicina, segurança alimentar e metabolismo, na Medicina em diversas áreas e na Física, particularmente a climática e ambiental.
Por outro lado, um artigo recente mostrou o quanto projetos importantes para o país, como os avanços em terapia fotodinâmica na cura do câncer de pele, o funcionamento de um importante computador capaz de analisar a estrutura do zika vírus, os estudos com os animais da Amazônia e os equipamentos que analisam e exploram o mar costeiro brasileiro sofrem com a falta de recursos para manutenção das pesquisas.
Atualmente, em nosso país, muitas áreas se destacam com brilhantismo.
Entre elas, os estudos sobre a origem da vida e da espécie humana, a interface entre homem e máquina, que ajudam deficientes físicos, a Física Quântica e de partículas que podem gerar energia, o desenvolvimento das células tronco para a regeneração celular e tratamento de doenças, a obtenção de novos medicamentos, assim como de novos materiais, como sintéticos.
O Brasil também se destaca fortemente nos transplantes de órgãos, assim como nos estudos dos distúrbios do sono, do abuso de drogas, o desenvolvimento de novas sementes e insumos, na robótica para diversos usos, na irrigação e agronomia e, de forma impressionante, na área da aviação.
Boa parte dessas pesquisas geram produtos, melhoria da condição social e humana, além de desenvolvimento econômico em larga escala.
Sem ciência, não teremos solução. Seremos apenas os compradores e reprodutores da tecnologia alheia, pagaremos caro por isso e não sairemos da condição subordinada.

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