24 novembro 2017

Crise de perspectiva

Sociedade do desencanto
Eduardo Bomfim

Ao final da década de 90 passada, o historiador britânico Eric Hobsbawm expressou a preocupação na sua obra O breve século XX o temor de que as novas gerações fossem levadas a uma espécie de presente contínuo, sem referências do passado nem a perspectiva de futuro.

De lá para os dias atuais suas previsões mostraram-se corretas, mas as coisas foram bem mais além, porque como diz recente estudo europeu, no século XXI emergiu uma nova constatação: desde o final da Idade Média, pela primeira vez os mais jovens deixam de ter alguma esperança no futuro.

Afirma o referido estudo “o individualismo pós-moderno, a globalização financeira, vêm debilitando o desenvolvimento dos povos”, à exceção de alguns países como a China, com seu grande salto econômico, e a Rússia, como novas potências globais etc.

Na verdade, a civilização ocidental vem mergulhando em uma crise sem precedentes, conduzida a uma fragmentação dos vínculos entre as pessoas, no seio do próprio corpo social, no sentimento de pertencimento a uma comunidade nacional etc.

A globalização financeira, com sua agenda do politicamente correto, negação ao desenvolvimento dos países, vem promovendo ataques contra os estados nacionais e às respectivas sociedades civis, especialmente aqueles com destacado protagonismo como o Brasil, o quinto maior País do planeta, com dimensões continentais, mais de 200 milhões de habitantes, sétima economia do mundo, riquezas naturais estratégicas.

Existe um óbvio processo de tentativa de controle, através da interconectividade das redes, no mundo digital, dos extratos sociais mais propensos à tomada de consciência tanto do presente quanto ao futuro do País, uma clara fratura coletiva pautada pela grande mídia global.

Na promoção do ódio de uns contra todos e todos contra qualquer um, em selvagem canibalismo cultural e ideológico.

Na indução de agendas de grupos destituídas de qualquer horizonte de construto unificado e negação histórica do País, através de movimentos quase sempre financiados por ONGs, como a Open Society do megaespeculador financeiro George Soros. Onde tudo é permeável por um discurso efêmero, mutante e descartável.

Um projeto de Brasil exige, além de propostas concretas, factíveis via soluções políticas amplas, a luta de ideias contra o obscurantismo dos tempos atuais.

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