16 maio 2018

O nó das alianças


Questão de ritmo e de conteúdo
Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10

Quase tudo na mesma — escreve um articulista, em tom de estranheza, sobre as conversações entre partidos em relação às eleições presidenciais. 
Alianças ainda a passos lentos — destaca em manchete um jornal local. 
Nos textos, entretanto, nenhuma linha acerca das reais dificuldades (ou possibilidades) de entendimento entre tais ou quais lideranças ou agremiações partidárias. 
A observação faz sentido porque realmente não vivemos um momento pré-eleitoral comum. Estamos a cerca de cinco meses do pleito convivendo num ambiente marcado por indefinições em todas as esferas da sociedade, em que nada é precisamente previsível.
A ponto de Michel Temer se dizer temeroso de que as forças que ele considera "de centro" se dispersem em torno de mais de uma candidatura e, desse modo, fiquem de fora de um eventual segundo turno. 
De modo semelhante, entre as correntes situadas à esquerda se discute qual a melhor opção tática, se devam partir unidas já no primeiro turno — para que passem a um segundo turno polarizando com o campo de centro-direita, por hipótese  — ou arrisquem a opção solo de cada uma das quatro pré-candidaturas postas. 
Uma variável a considerar diz respeito ao conteúdo programático, digamos assim, que possa unir forças — tanto no conglomerado governista como nas oposições. 
Aí reside um nó difícil de desatar, especialmente entre os governistas. Pois o desafio é, a um só tempo, escapar ao carimbo golpista e apresentar proposições que correspondam às necessidades e às expectativas da maioria do eleitorado. 
Em outras palavras: como apresentar a agenda ultra liberal compromissada com o rentismo e com interesses da elite tupiniquim mais retrógrada de um modo que sensibilize e conquiste o voto das vítimas dessa agenda?
Mesmo no plano local, não há como definir por completo o quadro da disputa agora, nem acelerar a busca de entendimentos sem que amadureçam certas variáveis. 
Por exemplo: o PT se reintegrará ou não à Frente Popular na recandidatura de Paulo Câmara  ou confirmará candidatura própria? Em boa medida essa decisão tem a ver com a postura do PSB diante da postulação de Lula à presidência da República (ou de um eventual substituto) — cujo desenlace não ocorrerá antes da segunda quinzena de julho.
Decididamente não há como colher o que ainda não amadureceu.
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